São Paulo, quinta-feira, 25 de agosto de 2011

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Pará coloca R$ 2 mi em arena 'vazia'

SELEÇÃO
Pouco usado, estádio é reformado para Brasil x Argentina


ADRIANO WILKSON
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ao custo de R$ 2 milhões, o governo do Pará está reformando o Mangueirão, em Belém, estádio que irá sediar o amistoso entre Brasil e Argentina, em 28 de setembro.
Apesar de ser a maior e uma das mais modernas arena da região Norte, o Mangueirão anda subutilizado. E não receberá a Copa-2014.
Neste ano, abrigou apenas sete jogos de futebol. Brasil x Argentina deve ser o último.
O governo do Pará diz que, mesmo assim, o investimento na reforma é justificado.
Para contratar a obra, o governo dispensou licitação. A previsão é que seja concluída dias antes do amistoso.
"É um patrimônio nosso. Se não cuidarmos bem dele, esses R$ 2 milhões de hoje podem virar R$ 10 milhões amanhã", declara Joaquim Passarinho, titular da Secretaria de Obras Públicas do Estado.
O estádio foi inaugurado em 1978 e reformado em 2002. Sua manutenção mensal custa quase R$ 100 mil.
Ainda assim, o governo considera que o Mangueirão não está pronto para receber a seleção.
A arena será pintada, seu entorno, asfaltado, a área de aquecimento receberá grama sintética, e o banco de reservas, revestimento de couro.
Também estão previstas melhoras na rede de comunicação e no sistema de irrigação e reparos na fiação elétrica e no placar eletrônico.
Um dos objetivos, diz o governo, é dar conforto a torcedores e jogadores. Outro é causar boa impressão mundial. "São ações que seriam feitas aos poucos, mas, com o anúncio desse amistoso, tivemos que condensá-las em um mês", afirma Passarinho.
A licitação foi dispensada porque a obra foi considerada "emergencial". O secretário admite que, com licitação, os preços seriam menores.
Mas, como o anúncio da CBF ocorreu já neste mês, não haveria tempo para concluir a reforma antes da partida.
O principal motivo do esvaziamento do Mangueirão é econômico. Alegando prejuízos financeiros quando atuam no estádio, os clubes de Belém preferem jogar em seus campos particulares.
O Paysandu, único da capital que está jogando agora e participa do Nacional, até mandou no Mangueirão seus dois últimos jogos, pela Série C. Mas já avisou que voltará à Curuzu, sua arena privada.
O Estado abre mão do aluguel da arena, mas nem isso atrai os cartolas. "Lá eu preciso trabalhar com 200 pessoas, tem muita evasão de renda, é muito custo, não dá lucro", diz Luiz Omar Pinheiro, presidente do Paysandu.
O Remo, o outro grande time de Belém, não se classificou para o Brasileiro e só volta a jogar no Estadual de 2012.
Na falta de futebol, o Mangueirão se mantém com outros eventos. Já recebeu um torneio de atletismo graças à sua elogiada pista olímpica.
Mas o recorde de público do estádio em 2011 é um encontro da igreja evangélica Assembleia de Deus, que reuniu 60 mil pessoas em junho.


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