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FUTEBOL
Vice de futebol diz que time mineiro, que quis o técnico, só faz "bobagens"
Corinthians ataca Cruzeiro;
Luxemburgo vira protegido
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
Após se oferecer para trabalhar
no Cruzeiro, o técnico Wanderley
Luxemburgo agora virou protegido da cúpula corintiana.
Para os dirigentes do clube paulista, foi o "co-irmão" mineiro, e
não Luxemburgo, quem arquitetou a manobra de saída do treinador do Parque São Jorge.
"Eu não estou magoado com o
Cruzeiro. Eles só fazem bobagens.
Essa foi mais uma", disse o vice-presidente de futebol corintiano,
Antonio Roque Citadini, desafeto
de Luxemburgo, sobre o interesse
dos mineiros em contratar o técnico do Corinthians.
Anteontem, a Folha revelou que
o treinador pediu a um amigo que
ligasse para o presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella, e dissesse a ele
que estava disposto a assumir o time mineiro porque seu ciclo no
Corinthians havia acabado.
O dirigente mineiro, que ontem
não foi localizado para comentar
as declarações de Citadini, confirma a ligação e a oferta do técnico.
O próprio Luxemburgo também
confirmou ontem que sua intenção era deixar o clube paulista.
E só não o fez porque recebeu
um aumento salarial de R$ 40 mil
-o técnico nega o reajuste e
ameaçou processar a Folha pela
reportagem- e a garantia do
fundo americano HMTF, parceiro do Corinthians e do Cruzeiro,
de que receberia reforços para o
elenco, motivo de divergências
entre ele e a diretoria corintiana.
"Tudo estava caminhando muito devagar. Estava insatisfeito
com essa situação. Cheguei até a
enviar uma carta à diretoria", afirmou o treinador em entrevista à
rádio Jovem Pan. "Além disso, o
presidente Alberto Dualib impediu a minha saída."
A estratégia de "poupar" Luxemburgo, mesmo após ele ter se
oferecido para dirigir o time mineiro, foi definida na reunião da
sexta-feira passada, da qual participaram, além do técnico, o presidente Alberto Dualib, Dick Law,
diretor-executivo do parceiro, Citadini e o vice de finanças corintiano, Carlos de Mello.
A ordem: pôr fim às desavenças
e não comentar mais o episódio.
"Foi uma reunião de avaliação.
Vimos que algumas coisas não estavam indo bem e faltam algumas
etapas a serem cumpridas. Chegamos a um consenso", disse o vice de futebol corintiano.
Com isso, o Cruzeiro se transformou numa espécie de bode expiatório para o Corinthians.
Luxemburgo continuará acumulando os cargos de técnico e
manager. Só que agora, segundo
ele mesmo, está situado no mesmo patamar de Dualib, Citadini e
Dick Law. "Os quatro comandantes do Corinthians se reuniram
para aparar as arestas, e o Corinthians, não eu, saiu fortalecido",
disse o técnico na sexta-feira.
"É isso mesmo. O Luxemburgo
é importante no nosso processo
de reestruturação do elenco", disse Citadini, bajulando o desafeto.
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