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BOXE
Brasileiro, que sempre enfrentou enorme dificuldade para emagrecer, pretende lutar em categoria ainda mais leve
Popó anuncia plano para descer de peso no próximo ano
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
O brasileiro Acelino Freitas, o
Popó, 26, que sempre enfrentou
muitas dificuldades para se enquadrar no limite dos superpenas
(58,967 kg) e que vinha afirmando que em breve retornaria aos leves (61,235 kg), surpreendeu ao
anunciar que pretende descer de
categoria no próximo ano.
No sábado, Popó participa de
luta não-válida por seu título dos
superpenas da Organização Mundial de Boxe, contra Al Kotey. O
combate será entre os leves. Na
programação, luta também o
campeão pela Associação Mundial, Joel Casamayor. Se vencerem, unificam no início de 2002.
Segundo o brasileiro, graças ao
trabalho de sua nova equipe de
treinadores (Oscar Suarez e Ulisses Pereira), ele já está enquadrado no peso do combate há cerca
de três semanas e vem fazendo de
três a quatro refeições diárias.
Antes, Popó tinha de se submeter a rigorosas dietas, sessões de
sauna e treinamento até a véspera
dos combates para perder peso.
Algumas vezes, não ""deu o peso"
na primeira pesagem e, em dada
oportunidade, teve de contar com
a complacência de um fiscal.
Segundo o brasileiro, sua motivação para descer de peso, depois
do duelo com Casamayor, seria
uma luta milionária com o mexicano Marco Antonio Barrera,
considerado por especialistas o
melhor pena (57,153 kg) da atualidade desde que bateu o britânico
Naseem Hamed no ano passado.
""Quero descer para a categoria
dos penas para enfrentar Barrera.
Nunca tive tanta facilidade para
perder peso, fazendo três, quatro
refeições por dia, e ainda tenho
muito peso para perder. Há um
mês já estava enquadrado na categoria dos leves", afirma Popó.
""É perfeitamente possível ele
atuar como pena. Mas fiquei surpreso, pois foi o próprio Freitas
que sugeriu descer de peso. Acho
que fez isso ao perceber que pode
perder peso sem sacrifícios. Já tenho até o slogan promocional, se
essa luta acontecer, "Revanche
Dupla"", declara Suarez.
A sugestão é uma alusão ao fato
de Suarez ter dirigido Hamed na
derrota para Barrera e também de
o mexicano ter Ricardo Maldonado como seu empresário. Até o
início do ano, Maldonado, ao lado
da Oficina de Idéias, era um dos
responsáveis pelo gerenciamento
da carreira do baiano. O desligamento de Popó não foi amigável e
envolveu troca de acusações e
ações legais em andamento.
No ano passado, quando tratava
com Popó e Barrera, Maldonado
disse que nunca permitiria uma
luta entre ambos. ""Barrera é um
supergalo (55,338 kg) pequenino,
pode até subir para pena para enfrentar Hamed, mas Popó é um
superpena grande. Não permitiria que essa luta acontecesse,
principalmente se eu controlar
ambos", sentenciou à época.
Popó, porém, crê na possibilidade de o combate ser realizado.
"Se ele [Barrera] tiver uma oferta
milionária, vai aceitar", analisa.
""Freitas disse isso? Concordo com
ele. Sob condições adequadas, essa luta pode acontecer", disse o
norte-americano Arthur Pelullo,
co-promotor de Popó.
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