São Paulo, terça-feira, 25 de setembro de 2001

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BOXE

Brasileiro, que sempre enfrentou enorme dificuldade para emagrecer, pretende lutar em categoria ainda mais leve

Popó anuncia plano para descer de peso no próximo ano

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

O brasileiro Acelino Freitas, o Popó, 26, que sempre enfrentou muitas dificuldades para se enquadrar no limite dos superpenas (58,967 kg) e que vinha afirmando que em breve retornaria aos leves (61,235 kg), surpreendeu ao anunciar que pretende descer de categoria no próximo ano.
No sábado, Popó participa de luta não-válida por seu título dos superpenas da Organização Mundial de Boxe, contra Al Kotey. O combate será entre os leves. Na programação, luta também o campeão pela Associação Mundial, Joel Casamayor. Se vencerem, unificam no início de 2002.
Segundo o brasileiro, graças ao trabalho de sua nova equipe de treinadores (Oscar Suarez e Ulisses Pereira), ele já está enquadrado no peso do combate há cerca de três semanas e vem fazendo de três a quatro refeições diárias.
Antes, Popó tinha de se submeter a rigorosas dietas, sessões de sauna e treinamento até a véspera dos combates para perder peso. Algumas vezes, não ""deu o peso" na primeira pesagem e, em dada oportunidade, teve de contar com a complacência de um fiscal.
Segundo o brasileiro, sua motivação para descer de peso, depois do duelo com Casamayor, seria uma luta milionária com o mexicano Marco Antonio Barrera, considerado por especialistas o melhor pena (57,153 kg) da atualidade desde que bateu o britânico Naseem Hamed no ano passado.
""Quero descer para a categoria dos penas para enfrentar Barrera. Nunca tive tanta facilidade para perder peso, fazendo três, quatro refeições por dia, e ainda tenho muito peso para perder. Há um mês já estava enquadrado na categoria dos leves", afirma Popó.
""É perfeitamente possível ele atuar como pena. Mas fiquei surpreso, pois foi o próprio Freitas que sugeriu descer de peso. Acho que fez isso ao perceber que pode perder peso sem sacrifícios. Já tenho até o slogan promocional, se essa luta acontecer, "Revanche Dupla"", declara Suarez.
A sugestão é uma alusão ao fato de Suarez ter dirigido Hamed na derrota para Barrera e também de o mexicano ter Ricardo Maldonado como seu empresário. Até o início do ano, Maldonado, ao lado da Oficina de Idéias, era um dos responsáveis pelo gerenciamento da carreira do baiano. O desligamento de Popó não foi amigável e envolveu troca de acusações e ações legais em andamento.
No ano passado, quando tratava com Popó e Barrera, Maldonado disse que nunca permitiria uma luta entre ambos. ""Barrera é um supergalo (55,338 kg) pequenino, pode até subir para pena para enfrentar Hamed, mas Popó é um superpena grande. Não permitiria que essa luta acontecesse, principalmente se eu controlar ambos", sentenciou à época.
Popó, porém, crê na possibilidade de o combate ser realizado. "Se ele [Barrera] tiver uma oferta milionária, vai aceitar", analisa. ""Freitas disse isso? Concordo com ele. Sob condições adequadas, essa luta pode acontecer", disse o norte-americano Arthur Pelullo, co-promotor de Popó.


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