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Dirigente volta atrás, consegue 91 assinaturas de apoio e concorrerá a mais 4 anos na entidade
Farah marca eleição na FPF e se lança candidato
FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC
MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Enfraquecido no plano nacional
após o fim do Torneio Rio-São
Paulo e a derrota na questão do
calendário, Eduardo José Farah
resolveu voltar atrás em sua decisão de sair da Federação Paulista
de Futebol e concorrerá a mais
um mandato de quatro anos.
Nos últimos dias, o dirigente
montou uma verdadeira operação de guerra em seu QG, a sede
da FPF, e colheu 91 assinaturas de
clubes do interior e ligas regionais
para lançar a "chapa Farah", encabeçada por ele.
Ontem, a entidade máxima do
futebol paulista publicou edital
em um jornal da capital convocando a eleição para segunda-feira. Os interessados em concorrer
com Farah terão até as 17h de sexta para inscrever chapas.
Segundo a Folha apurou, no entanto, dificilmente outro candidato se lançará ao cargo. As exigências estatutárias para a inscrição
de chapas, o número expressivo
de assinaturas colhidas por Farah
e o medo de retaliação no futuro
são alguns dos motivos pelos
quais opositores devem deixar o
atual presidente da FPF sozinho
na eleição da semana que vem.
A estratégia de Farah para obter
maciço apoio de clubes do interior contou até com o desrespeito
ao estatuto da FPF.
Conforme a Folha revelou, o dirigente, responsável pela convocação do pleito, infringiu a "constituição" da entidade ao não marcar as eleições no máximo até 9 de
julho último.
De acordo com o estatuto, as
eleições têm que ser realizadas até
180 dias antes do fim do mandato,
que expira em janeiro.
Para arrematar mais apoio a sua
candidatura, na semana passada
o dirigente recebeu os presidentes
dos times da Série A-1, além da
Matonense como convidada, com
o pretexto de oficializar o lançamento do Paulista-2003.
Mas nada foi resolvido. Farah
usou o encontro para dizer aos
presidentes de clubes que está disposto a aceitar uma virada de mesa proposta por eles.
Uma nova reunião foi então
marcada para 15 de outubro, após
a eleição presidencial.
Como disse o presidente do
União São João, José Mário Pavan, na ocasião, Farah estava "sereno, maleável e receptivo, como
nunca estivera nos 14 anos que está à frente da FPF" -para angariar apoio, recebeu até representantes de entidades sem expressão, como a Liga de Brodowski.
No ano passado, quando duas
CPIs no Congresso devassavam o
futebol brasileiro e sua gestão na
FPF, Farah anunciou que deixaria
a entidade no início de 2003.
Fez mistério até o fim, disse a
presidentes de clubes grandes que
estaria fora da disputa e incensou
dois de seus homens de confiança, Reynaldo Carneiro Bastos (vice financeiro da FPF) e Marco Polo del Nero (presidente do TJD-SP), a buscar votos para viabilizar
candidaturas próprias.
Com chances remotas de ganhar o pleito na CBF, seu grande
sonho político, e com a perda de
prestígio da Liga Rio-SP, Farah
decidiu permanecer na FPF.
Procurado pela reportagem por
meio de sua assessoria de imprensa, Farah disse que só daria entrevista após a eleição de segunda.
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