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São Paulo, quinta-feira, 25 de setembro de 2003

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Vice, brasileiro planeja futuro em outra classe

DA REPORTAGEM LOCAL

A conquista do hepta foi adiada, mas a mudança de rumo não. Robert Scheidt mantém o discurso de abandonar a laser no futuro. E já começou sua caminhada em direção a outra classe.
No Yacht Club de Santo Amaro, ele guarda o barco e os equipamentos necessários para as disputas da classe star -em relação ao barco da laser, o da star tem dois metros a mais de casco, outro tripulante e maior perícia técnica.
Orçado em 17 mil, equivalente a R$ 58,2 mil, o material foi adquirido em parceria com o velejador Bruno Prada. Eles já disputaram competições na categoria e até arquitetaram a manutenção da dupla no futuro. "Ainda não batemos o martelo, mas a idéia é essa. Já temos um projeto definido. Queremos fazer uma campanha juntos, mas só vamos colocar isso em prática após Atenas. Até lá, cada um tem seu objetivo", contou Scheidt ontem, após a cerimônia de premiação.
Competidor da classe finn (embarcação de 4,5 m), Prada vai tentar uma vaga na seleção brasileira para os Jogos de Atenas-2004. Já Scheidt parte para a Grécia em busca de seu segundo ouro olímpico na laser -conquistou um em Atlanta-1996 e ficou com a prata em Sydney-2000.
"Temos os biótipos ideais para o barco da star, que exige uma tripulação de quase 195 kg. O Scheidt pesa 82 kg, e eu, 107 kg. Mas vamos começar engatinhando na categoria", afirmou Prada.
A trajetória da parceria já começou a ser escrita. Scheidt e Prada disputaram o último Brasileiro de star. Chegaram à última regata com chance de levar o título, mas o troféu acabou nas mãos de Torben Grael e Marcelo Ferreira. "Para quem estava só se adaptando ao novo barco, até que foi bom. Mesmo que estivéssemos 100%, seria difícil vencer", disse Prada.
Donos de duas medalhas olímpicas e especialistas na categoria, Grael e Ferreira são hegemônicos no Brasil. Torben, aliás, participa de torneios de vela oceânica e é considerado um dos competidores mais técnicos em atividade.
"Desde o início, sabemos que a empreitada será muito dura. O Marcelo e o Torben são muito bons e têm um entrosamento impressionante. Mas, se o nosso objetivo é chegar ao ouro nos Jogos de Pequim [2008], temos que vencer os melhores", analisou Prada.
O alento que a dupla encontra para encarar o desafio está na própria carreira de Scheidt. Antes de se estabelecer como referência na classe laser, ele precisou despachar um campeão mundial.
O carioca Peter Tanscheidt obteve, na Grécia, o título de melhor do planeta em 1991. No mesmo ano, viu um rapagão de 18 anos começar a ganhar destaque no cenário internacional da laser.
Scheidt e Tanscheidt foram grandes rivais até a eliminatória para a Olimpíada de Atlanta, em 1996. Do classificatório, apenas um sairia com chance de ganhar o ouro olímpico. Scheidt saiu. E, nos EUA, subiu ao lugar mais alto do pódio. Tanscheidt passou o bastão e se aposentou. (GR)


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