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Vice, brasileiro planeja futuro em outra classe
DA REPORTAGEM LOCAL
A conquista do hepta foi adiada, mas a mudança de rumo não.
Robert Scheidt mantém o discurso de abandonar a laser no futuro.
E já começou sua caminhada em
direção a outra classe.
No Yacht Club de Santo Amaro,
ele guarda o barco e os equipamentos necessários para as disputas da classe star -em relação ao
barco da laser, o da star tem dois
metros a mais de casco, outro tripulante e maior perícia técnica.
Orçado em 17 mil, equivalente a R$ 58,2 mil, o material foi adquirido em parceria com o velejador Bruno Prada. Eles já disputaram competições na categoria e
até arquitetaram a manutenção
da dupla no futuro. "Ainda não
batemos o martelo, mas a idéia é
essa. Já temos um projeto definido. Queremos fazer uma campanha juntos, mas só vamos colocar
isso em prática após Atenas. Até
lá, cada um tem seu objetivo",
contou Scheidt ontem, após a cerimônia de premiação.
Competidor da classe finn (embarcação de 4,5 m), Prada vai tentar uma vaga na seleção brasileira
para os Jogos de Atenas-2004. Já
Scheidt parte para a Grécia em
busca de seu segundo ouro olímpico na laser -conquistou um
em Atlanta-1996 e ficou com a
prata em Sydney-2000.
"Temos os biótipos ideais para
o barco da star, que exige uma tripulação de quase 195 kg. O
Scheidt pesa 82 kg, e eu, 107 kg.
Mas vamos começar engatinhando na categoria", afirmou Prada.
A trajetória da parceria já começou a ser escrita. Scheidt e Prada
disputaram o último Brasileiro de
star. Chegaram à última regata
com chance de levar o título, mas
o troféu acabou nas mãos de Torben Grael e Marcelo Ferreira. "Para quem estava só se adaptando
ao novo barco, até que foi bom.
Mesmo que estivéssemos 100%,
seria difícil vencer", disse Prada.
Donos de duas medalhas olímpicas e especialistas na categoria,
Grael e Ferreira são hegemônicos
no Brasil. Torben, aliás, participa
de torneios de vela oceânica e é
considerado um dos competidores mais técnicos em atividade.
"Desde o início, sabemos que a
empreitada será muito dura. O
Marcelo e o Torben são muito
bons e têm um entrosamento impressionante. Mas, se o nosso objetivo é chegar ao ouro nos Jogos
de Pequim [2008], temos que vencer os melhores", analisou Prada.
O alento que a dupla encontra
para encarar o desafio está na
própria carreira de Scheidt. Antes
de se estabelecer como referência
na classe laser, ele precisou despachar um campeão mundial.
O carioca Peter Tanscheidt obteve, na Grécia, o título de melhor
do planeta em 1991. No mesmo
ano, viu um rapagão de 18 anos
começar a ganhar destaque no cenário internacional da laser.
Scheidt e Tanscheidt foram
grandes rivais até a eliminatória
para a Olimpíada de Atlanta, em
1996. Do classificatório, apenas
um sairia com chance de ganhar o
ouro olímpico. Scheidt saiu. E,
nos EUA, subiu ao lugar mais alto
do pódio. Tanscheidt passou o
bastão e se aposentou.
(GR)
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