São Paulo, sábado, 25 de setembro de 2004

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TÊNIS

"Tampões" falham em momentos cruciais, vêem Peru abrir e têm de vencer hoje nas duplas para evitar descenso na Davis

Brasil cai duas vezes e ronda a 3ª divisão

MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

A equipe brasileira tropeçou na inexperiência. E isso pode lhe custar hoje a queda para a terceira divisão da Copa Davis.
Gabriel Pitta e Ronaldo Carvalho desperdiçaram ontem a chance de pontuar contra o Peru.
O primeiro, dono do pior ranking entre os brasileiros (734º), jogou de igual para igual contra Luis Horna. Deu trabalho mas, nos momentos decisivos, sucumbiu diante da experiência do 34º melhor do mundo. Era esperado.
A esperança do primeiro ponto residia em Carvalho, melhor ranking (439º) e o mais rodado do time. O rival era Ivan Miranda (215º do mundo), atleta que já enfrentara quatro vezes e deixara a quadra vitorioso em duas delas.
Carvalho, no entanto, estreante em Davis e em partidas de cinco sets, não soube dosar seu jogo. Se poupou quando não precisava -prudência por uma cirurgia no calcanhar em fevereiro- e desperdiçou games cruciais.
O Brasil fechou o dia perdendo por 2 a 0 no placar do torneio.
"Não adianta jogarem a culpa em nós. O rebaixamento do Brasil vem de duelos passados, desde o Canadá [em 2003, quando, com Guga, caiu para a segunda divisão]. Nós tivemos coragem e atitude de vir jogar", afirmou Pitta. O país não desce à terceira divisão do torneio desde 1981.
"Eu nunca havia jogado contra um tenista tão bem ranqueado. Vi que não era um bicho de sete cabeças, mas tênis se define em detalhes e ele sabe melhor o que fazer", contou Pitta. Horna cravou 3 sets a 0 (6/3, 6/ 4 e 6/4).
Carvalho teve mais chances de vencer. No primeiro set, desperdiçou a oportunidade de fechar o placar no tie-break -perdeu de 7/6. No seguinte, abriu 5/3, mas só ganhou em novo desempate.
Da arquibancada, 12 pessoas, entre comissão técnica e sparrings, tentavam empurrá-los aos gritos de "intenso", "agressivo", "positivo". O pedido de apoio partira de Carlos Alberto Kirmayr, ainda no primeiro jogo.
Carvalho foi tudo isso, mas não manteve a regularidade.
"O Roni fez um jogo taticamente perfeito. Se a quadra fosse mais rápida ou um cimento, poderia ter feito 3 a 0, mas perdeu o ritmo", analisou o capitão.
Seu pior tropeço aconteceu no quarto set. A concentração caiu, parte por causa do pedido de atendimento médico do adversário, com dores na panturrilha, parte por inexperiência. Com 6/3, foi para o tie-break e desandou.
Miranda fechou o jogo em 7/6, 6/7, 4/6, 6/3 e 6/1, após longas três horas e 50 minutos. "A inexperiência fez ele economizar. Não acreditou que podia", disse o preparador físico André Gonçalves.
O Brasil crê que a dupla que enfrentará Carvalho e Pitta hoje, às 12h, será Horna e Miranda. Os peruanos, porém, haviam inscrito Miranda e Matias Silva.
O duelo será outra dose de experiência no currículo, mas pode valer a marca do rebaixamento.


NA TV - Brasil x Peru, na Sportv, a partir das 13h30


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