São Paulo, sexta-feira, 25 de outubro de 2002

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FUTEBOL

Policial nega autoria, mas irá responder por lesão corporal a zagueiro

Santos aponta PM agressor e quer anulação de derrota

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

O Santos irá ingressar na Justiça Desportiva com um pedido de impugnação da partida que perdeu para o Paysandu, em Belém.
Segundo a diretoria do clube, houve "notório erro de direito" durante o jogo. Devido à pancada com um cassetete desferida por um policial militar na cabeça do zagueiro Preto, o Santos ficou com um jogador a menos após a interrupção do jogo, ocorrida aos 42min do segundo tempo.
O Santos disse que pedirá ao governador Almir Gabriel (PSDB) "apuração rigorosa" das responsabilidades -os jogadores Paulo Almeida e Rafael e o médico Antonio Carlos Taira identificaram ontem, na Corregedoria da Polícia Militar do Pará, o soldado João Gomes da Silva Neto como o autor da agressão a Preto.
Reconhecido entre sete policiais da tropa de choque (havia 25 em campo no momento do tumulto), o soldado nega ter atingido o jogador. A PM informou que um policial ficou ferido na confusão, mas não divulgou seu nome.
A corregedoria abriu inquérito, que deverá durar 40 dias, prorrogáveis por mais 20. Silva Neto responderá por crime de lesão corporal, cuja pena varia entre três meses e um ano de reclusão.
"O policial nega a agressão, mas os jogadores e o médico do Santos foram contundentes ao indicar o responsável. Agora, vamos analisar as imagens. Se ficar comprovado envolvimento, haverá punição", afirmou o corregedor da PM, coronel Rubens Lameira.
Preto disse ao corregedor que não podia reconhecer o policial porque estava de costas no momento em que recebeu um golpe de cassetete na cabeça.
O zagueiro sofreu um corte na parte posterior da cabeça, que o obrigou a levar cinco pontos. Embora tenha ficado desacordado durante dez minutos, uma tomografia realizada no hospital da Unimed, em Belém, não apontou lesão cerebral. Ele registrou boletim de ocorrência na Delegacia da Marambaia e passou por exame de corpo de delito no IML.
A agressão aconteceu depois que os santistas correram em direção ao bandeirinha para reclamar de impedimento no segundo gol legítimo do Paysandu -o time de Belém venceu por 2 a 1.
A PM entrou em campo para proteger a arbitragem. Houve empurra-empurra e troca de ofensas. Além da agressão em Preto, o técnico Emerson Leão foi atingido por spray de pimenta.


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