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FUTEBOL
Policial nega autoria, mas irá responder por lesão corporal a zagueiro
Santos aponta PM agressor e quer anulação de derrota
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
O Santos irá ingressar na Justiça
Desportiva com um pedido de
impugnação da partida que perdeu para o Paysandu, em Belém.
Segundo a diretoria do clube,
houve "notório erro de direito"
durante o jogo. Devido à pancada
com um cassetete desferida por
um policial militar na cabeça do
zagueiro Preto, o Santos ficou
com um jogador a menos após a
interrupção do jogo, ocorrida aos
42min do segundo tempo.
O Santos disse que pedirá ao governador Almir Gabriel (PSDB)
"apuração rigorosa" das responsabilidades -os jogadores Paulo
Almeida e Rafael e o médico Antonio Carlos Taira identificaram
ontem, na Corregedoria da Polícia Militar do Pará, o soldado João
Gomes da Silva Neto como o autor da agressão a Preto.
Reconhecido entre sete policiais
da tropa de choque (havia 25 em
campo no momento do tumulto),
o soldado nega ter atingido o jogador. A PM informou que um
policial ficou ferido na confusão,
mas não divulgou seu nome.
A corregedoria abriu inquérito,
que deverá durar 40 dias, prorrogáveis por mais 20. Silva Neto responderá por crime de lesão corporal, cuja pena varia entre três
meses e um ano de reclusão.
"O policial nega a agressão, mas
os jogadores e o médico do Santos
foram contundentes ao indicar o
responsável. Agora, vamos analisar as imagens. Se ficar comprovado envolvimento, haverá punição", afirmou o corregedor da
PM, coronel Rubens Lameira.
Preto disse ao corregedor que
não podia reconhecer o policial
porque estava de costas no momento em que recebeu um golpe
de cassetete na cabeça.
O zagueiro sofreu um corte na
parte posterior da cabeça, que o
obrigou a levar cinco pontos. Embora tenha ficado desacordado
durante dez minutos, uma tomografia realizada no hospital da
Unimed, em Belém, não apontou
lesão cerebral. Ele registrou boletim de ocorrência na Delegacia da
Marambaia e passou por exame
de corpo de delito no IML.
A agressão aconteceu depois
que os santistas correram em direção ao bandeirinha para reclamar de impedimento no segundo
gol legítimo do Paysandu -o time de Belém venceu por 2 a 1.
A PM entrou em campo para
proteger a arbitragem. Houve
empurra-empurra e troca de
ofensas. Além da agressão em
Preto, o técnico Emerson Leão foi
atingido por spray de pimenta.
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