UOL


São Paulo, sábado, 25 de outubro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

"Amigos do poder", Cruzeiro e Santos, que vão a campo separados por 6 pontos, levam poucos cartões e gols de pênalti

Chiadeira de líderes do BR-03 é exagerada

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Eles são amigos íntimos do poder, mas, na reta final pela disputa do título do Brasileiro-2003, travam um combate à parte para saber quem é o mais "perseguido".
Santos e Cruzeiro, que entram em campo hoje como os únicos reais pretendentes ao título nacional, não estão entre os times mais advertidos com cartões, sofreram poucos gols de pênalti e se safaram de perder pontos no STJD, mas reclamam muito da arbitragem e de verdadeiras teorias da conspiração que estariam prejudicando suas campanhas.
Segundo Alvimar Perrella, presidente da equipe mineira, "forças ocultas" estariam atrapalhando a conquista antecipada -o Cruzeiro, que pega o Figueirense em Belo Horizonte, tem seis pontos de vantagem sobre o Santos, que desafia o Coritiba como visitante.
Na agremiação paulista, o técnico Emerson Leão disse que não é tida como "interessante" a conquista do bicampeonato pelo Santos. Dirigentes e atletas também reclamam muito quando o clube é vítima de erros da arbitragem. O clube já exigiu o veto do juiz paranaense Héber Roberto Lopes.
Os dois clubes de queixam mesmo sendo hoje bastante próximos da CBF, que organiza o torneio.
Marcelo Teixeira, o presidente do Santos, é grande aliado de Ricardo Teixeira, o cartola maior do país. Tanto assim que o primeiro, a pedido do segundo, entrou com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) contestando o recente Estatuto do Torcedor.
No Cruzeiro, a família Perrella, que comanda o clube, também é próxima da confederação, mas lá os laços com o poder central da bola são ainda maiores.
Marcos Moura Teixeira, coordenador técnico da equipe, é primo de Ricardo Teixeira, e Patrícia Fernandes, nutricionista cruzeirense, é filha de Marco Antonio Teixeira, secretário-geral da CBF.

Histórico
Estatísticas e fatos mostram que Santos e Cruzeiro não tem tantos motivos para queixas.
Segundo levantamento do Datafolha, o Cruzeiro é o time menos advertido -tanto com cartões vermelhos como com amarelos.
O Santos, mesmo sendo a sétima equipe mais faltosa do Nacional, só aparece no 14º lugar no ranking de expulsões.
As duas equipes também não aparecem no rol dos dez times que tiveram mais pênaltis assinalados contra até o momento.
Em compensação, o Santos é um dos quatro times que mais balançaram as redes em cobranças de pênalti -foram nove vezes. o Cruzeiro vem logo atrás na lista, com oito gols feitos assim.
Tanto a equipe paulista como a mineira passaram sem problemas pelo STJD, que em 2003 está em evidência por mudar no tapetão resultados obtidos em campo.
Alguns adversários tentaram contestar partidas realizadas contra Santos (que teria usado o meia Jerri sem condições de jogo) e Cruzeiro (que teria inscrito o atacante Marcio Nobre fora do prazo), mas em ambos os casos a disputa nem mesmo chegou ao plenário do tribunal esportivo.


Texto Anterior: Futebol - José Geraldo Couto: Robinho, alegria do povo
Próximo Texto: Matemática: Confronto direto separa principais aspirantes à taça
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.