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Rebeca agora tenta a sorte no futebol
Nadadora treina no DF, mas pode ser impedida de atuar
LARISSA GUIMARÃES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Distante das piscinas após
ter sido banida por doping, a
nadadora Rebeca Gusmão, 24,
investe agora no futebol.
A partir de segunda, ela passa
a jogar como atacante no time
da Ascoop (Associação do Cooperativismo de Brasília), preparando-se para participar da Liga Nacional, que será em dezembro, em São Paulo.
Flamenguista, Rebeca afirma
que está "experimentando" a
vida de jogadora de futebol.
"Claro que o meu sonho, se
tudo der certo, é um dia jogar
com a camisa da seleção brasileira. Já nadar pelo Brasil é
complicado", afirmou a atleta.
Em setembro, a Fina (Federação Internacional de Natação) anunciou o banimento de
Rebeca, por ela ter sido punida
duas vezes por doping.
A nadadora havia recebido
duas suspensões, após ter feito
exames que apontaram altos
níveis de testosterona, hormônio masculino, com efeito anabolizante no organismo. Um
dos testes foi feito em 2006 e o
outro durante, o Pan do Rio-07.
Rebeca tenta reverter a decisão da Fina na Corte de Arbitragem do Esporte, que deverá
avaliar o caso em dezembro.
"Tomara que, ao voltar dos jogos da liga, eu já tenha boas notícias", comentou a nadadora.
Rebeca contou que o convite
para entrar no time da Ascoop
foi do técnico Arnaldo Freire.
"Ele me telefonou e disse que
queria que eu fosse o Adriano
do time", disse, entre risadas,
referindo-se ao atacante apelidado de Imperador, da Inter de
Milão e da seleção, dono de
avantajado porte físico.
Freire afirmou que, por enquanto, houve apenas um acordo verbal entre a equipe e a nova jogadora, mas adiantou que,
na próxima semana, será discutida a possibilidade de fazer um
contrato para Rebeca.
"Ela já é uma atleta de futebol, não está começando agora", disse. "Com aquele tamanho, na área, subindo para cabecear, logo vai ser a Imperatriz do futebol feminino."
Rebeca contou que começou
a jogar futebol ainda criança,
com as duas irmãs - uma delas,
Jéssica Gusmão, 20, joga no
UniCEUB (Centro Universitário de Brasília). "Acompanhávamos meu pai", lembra.
Aos 13, quando começou a
treinar natação ostensivamente, deixou os jogos de lado para
não correr risco de lesão. Em
2007, até jogou com o time do
UniCEUB, mas não em torneios. Em agosto, passou a treinar com a equipe universitária.
Rebeca afirma que se espelha
nas jogadoras da seleção feminina e, no masculino, admira
Ronaldinho, do Milan, por sua
"humildade incontestável".
Segundo especialistas porém, a atleta, punida na natação, está impedida de jogar torneios de futebol. "Ela não pode
participar de competições de
esportes signatários do Código
Mundial Antidoping", explica o
advogado Luciano Hostins.
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