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FUTEBOL
Equipes médias apostaram em treinadores com pouca experiência
'Emergentes' do Brasileiro ignoram nomes conhecidos
da Reportagem Local
Com poucas opções nas "grandes equipes", os treinadores mais
famosos do Brasil também enfrentam dificuldades para encontrar
trabalho nas equipes com menos
tradição do país.
Sem dinheiro para pagar salários
de até R$ 200 mil, como o de Wanderley Luxemburgo no Corinthians, alguns clubes escolheram
técnicos sem muita experiência ou
pouco conhecidos para a disputa
do atual Brasileiro.
Em vários casos, a aposta no novo deu bons resultados.
Entre os "emergentes", o destaque maior fica para Dario Pereyra,
técnico do Coritiba, equipe já praticamente classificada para as finais do campeonato, no melhor
desempenho do time paranaense
na competição depois de 13 anos.
Pereyra, que só havia treinado o
São Paulo antes de assumir o Coritiba, ficou mais de seis meses desempregado.
Outro clube que vem obtendo
sucesso sem um treinador famoso
é o Sport.
O time pernambucano apostou
no trabalho de Mauro Fernandes,
pouco conhecido em São Paulo e
no Rio de Janeiro.
Como resultado, é outro clube
que já está quase nos playoffs do
Brasileiro-98, a melhor colocação
do Sport desde 88.
Desesperados
Alguns clubes do campeonato
também não apelaram para veteranos treinadores no momento de
desespero.
O Atlético-PR, que foi o último
colocado por várias rodadas, reagiu depois da contratação de João
Carlos Costa, que trabalhava no Japão. O time conseguiu seis vitórias
consecutivas, chegando ao bloco
dos que tentam a classificação para
a segunda fase.
Outro time que saiu de uma situação terminal com a ajuda de um
técnico com pouco nome foi a
Ponte Preta.
Com a chegada de Marco Aurélio, ex-jogador da própria Ponte, o
time venceu quatro jogos seguidos
e aumentou suas chances de continuar na primeira divisão do Brasileiro.
No Guarani, um técnico que
nunca trabalhou em uma "grande"
equipe obteve um feito que nomes
como Wanderley Luxemburgo e
Carlos Alberto Silva, atualmente
no Goiás, não conseguiram.
Oswaldo Alvarez completou um
ano no clube, façanha inédita na
equipe de Campinas, que trocou
mais de 30 vezes de treinador nos
dez últimos anos.
Alguns dos "grandes" do futebol
brasileiro também apostaram em
caras novas para o Brasileiro.
É o caso do Grêmio, que depois
de demitir Edinho trouxe Celso
Roth, treinador com apenas dois
anos de experiências em grandes
clubes brasileiros.
Degola
Dos 24 clubes do Brasileiro-98, 16
já trocaram, pelo menos uma vez,
de treinador.
Alguns, como América-RN, Flamengo e Ponte Preta fizeram duas
substituições no comando das
equipes.
Eduardo Amorim, do América-RN, foi o primeiro a ser demitido,
logo depois da primeira rodada,
quando seu time perdeu por 4 a 0
para o Sport.
O último a perder o emprego foi
Cassiá, do Internacional, de Porto
Alegre. O técnico foi demitido
mesmo com seu clube, antes da rodada de ontem, ocupando o oitavo
lugar na classificação, lugar que
garante vaga na próxima fase da
competição.
Entre os que saíram, 14 ainda não
encontraram um novo emprego,
juntando-se, segundo estimativa
do Sindicato dos Treinadores Profissionais do Estado de São Paulo,
aos quase 40 técnicos de primeira
linha desempregados no país.
Para quem ainda está empregado, o presidente do sindicato, Olten Ayres da Cunha, dá um aviso.
"Os técnicos são ídolos de barro.
Quando estão por cima acham que
não vão cair nunca, mas isso sempre acontece."
(PAULO COBOS)
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