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Ishii e Canto mantêm geração de Atenas viva
Dos 5 veteranos dos últimos Jogos, 3 deixam sonho olímpico em Uberlândia
Seletiva em Minas vê os judocas Daniel Hernandes, Mário Sabino e Carlos Honorato ficar fora da Olimpíada de Pequim-08
LUÍS FERRARI
ENVIADO ESPECIAL A UBERLÂNDIA
A última seletiva em confronto direto para Pequim-08
sepultou o sonho olímpico de
mais da metade dos veteranos
de Atenas-2004 que lutaram
em Uberlândia. Só os meio-médios Flávio Canto e Vânia Ishii
venceram. Daniel Hernandes,
Mário Sabino e Carlos Honorato estão fora da Olimpíada.
Dos principais nomes, a única que teve uma trajetória tranqüila foi Ishii, campeã do Pan-99. Ela imobilizou duas vezes
Amanda Cavalcante, ganhando
as duas lutas da melhor de três
por ippon. "Estes anos foram
ruins para mim, mas aprendi
bastante", afirmou a judoca,
que, pela primeira vez em 12
anos perdeu o posto de titular.
"Espero que eu e o Flávio nos
classifiquemos para Pequim,
para manter a cota de atletas
com mais de 30 anos de idade
no time", brincou ela.
Canto, bronze nos últimos
Jogos Olímpicos, sofreu para
avançar. Surpreendido por Felipe Braga, 20, na primeira luta,
o carioca -que apressou a recuperação de contusão sofrida
no Pan para lutar a seletiva-
precisou ir até a prorrogação do
terceiro confronto.
Suas disputas com o atleta de
Brasília foram muito acirradas.
Canto investia no seu forte jogo
de chão, tentando táticas de sacrifício que o rival defendia
com eficiência.
Nesse ritmo, o medalhista
olímpico se desgastou, pois
mesmo quando ele conseguia
encaixar posições de imobilização, Braga dava um jeito de se
livrar das chaves. Até que, a menos de dois minutos do final do
golden score do terceiro confronto, Canto conseguiu a imobilização decisiva, a que mantém vivo seu sonho olímpico.
"Sabia que ia ser duro. E foi
muito. Tenho a tradição de sofrer muito em todas as seletivas
de que participo. Às vésperas de
Atenas, meu pai precisou colocar seis pontes de safena no coração. Cinco delas devem ter sido geradas pelas minhas seletivas. Sempre começo perdendo,
e não consigo mudar isso", declarou o judoca.
Outro confronto que precisou dos três combates para definir o sobrevivente foi o do
meio-pesado masculino (até
100 kg), entre Mário Sabino,
bronze no Mundial de 2003, e
Leonardo Leite, do Flamengo.
Leite ganhou a primeira por
decisão unânime dos juízes,
após dez minutos de luta em
que o placar só foi alterado por
punições. No segundo embate,
Sabino venceu por wasari.
A luta decisiva teve a tônica
da primeira, com os dois na defensiva. No golden score, porém, Leite foi mais agressivo e,
novamente, convenceu os três
juízes de que foi melhor, vencendo "na bandeira".
Daniel Hernandes não conseguiu opor a mesma resistência a Walter Santos, no peso pesado. O veterano de Atenas e
Sydney sofreu um wasari (a segunda maior pontuação) no
confronto inicial e, na segunda
luta, quando vencia, foi surpreendido com um rápido contragolpe e caiu de ippon.
Já entre os médios, Honorato nem sequer se apresentou
para lutar. Ele sofreu uma virose na noite de anteontem e estava sem condições físicas.
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