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Tragédia faz 1 ano sem culpado
Após matar 7 e ferir 87 torcedores, desabamento na Fonte Nova ainda não tem desfecho na Justiça
Hoje apenas duas famílias
recebem pensão mensal
pelo ocorrido, e promotor
do caso não acredita em
prisão dos responsáveis
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Um ano depois, uma das
maiores tragédias do futebol
brasileiro ainda não tem culpados. O desabamento de parte da
arquibancada da Fonte Nova,
em Salvador, em novembro de
2007, provocou sete mortes e
deixou 87 torcedores feridos.
Até agora, apenas duas famílias de vítimas recebem pensões mensais -e que não chega
a R$ 500. O acidente ocorreu
durante jogo do Bahia pela Série C, com público de 60.007.
Após investigar o caso, a Polícia Civil indiciou por homicídio
culposo (sem intenção de matar) cinco pessoas, mas a Justiça acatou só dois nomes -Raimundo Nonato Tavares, o ex-jogador Bobô, diretor da Superintendência de Desportos do
Estado da Bahia, que administrava o estádio, e o engenheiro
Nilo Santos Júnior, à época
funcionário do órgão. Não há
previsão para julgamento.
O governo estadual aprovou
uma lei para pagar pensão especial às famílias dos mortos.
Duas famílias já foram contempladas, enquanto as outras cinco esperam a Justiça definir
quem são os herdeiros legais.
Pela lei, o Estado pagará aos
beneficiários das três mulheres
que morreram uma pensão até
o 76º aniversário da vítima. Os
herdeiros dos quatro homens
mortos terão direito à pensão
até o 68º aniversário do morto.
Retroativa a dezembro de
2007, a mãe de Milena Vasquez, que morreu no acidente
aos 27 anos, está recebendo
uma pensão de R$ 493,54 por
mês. A mãe do torcedor Joselito Lima, morto aos 26, ganha
R$ 492,59. A CBF também pagou um seguro de R$ 25 mil para cada família das vítimas.
A promotora Joseane Suzart,
responsável pela ação civil sobre o caso, disse que o Estado
também deverá ser condenado
a pagar outra indenização.
"O valor não pode ser igual
para todas as famílias. Independente da pensão, o Estado
vai arcar com mais dinheiro
porque é o responsável pela
Fonte Nova", disse Joseane.
Ela acrescentou que os feridos também serão indenizados.
Responsável pela parte criminal do processo, o promotor
Maurício Cerqueira não acredita na prisão de Bobô e de Nilo
Santos. "A pena não deve chegar a dois anos, e eles terão direito aos benefícios da lei, em
caso de condenação". Cerqueira afirmou, porém, que acredita
na condenação dos dois. "As
provas são suficientes."
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