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FUTEBOL
Entidade vai pagar para evitar outros hóspedes nos hotéis da seleção
Por privacidade, CBF abre o cofre no Mundial-2006
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Para manter os jogadores separados do público, a CBF vai ter de
pagar aos dois hotéis em que a seleção brasileira ficará na primeira
fase da Copa do Mundo de 2006,
na Alemanha. A informação é da
assessoria de imprensa da entidade, que não forneceu o gasto.
No Mundial Japão/Coréia, a
confederação não teve despesas
com hotéis na primeira fase porque a prefeitura de Ulsan, base do
time em solo sul-coreano, bancou
os custos de hospedagem.
Mas, desta vez, a comissão técnica da seleção insistiu em manter
os jogadores em um hotel fechado
só para o time. Após visitar diversas opções, o técnico Carlos Alberto Parreira e o coordenador
Zagallo escolheram o Hotel Kempinski Falkenstein, nos arredores
de Frankfurt, e o Castelo Lerbach,
perto de Colônia. O time vai ficar
nesses locais entre os dias 4 e 24 de
junho -antes faz uma escala preparatória na Suíça.
"É melhor ter uma concentração onde não haja hóspede. Senão, é aquele avanço", explicou
Zagallo. "Assim, o jogador não
precisa ficar preso no quarto. É
melhor o isolamento."
Mas, se quiserem, os atletas poderão sair do hotel e ter contato
com o público. O coordenador
ainda disse que haverá algumas
folgas para eles passearem.
Zagallo afirmou que desde 1954
as delegações brasileiras ficaram
separadas do público. Foi assim
em 1994 (EUA) e 1998 (França),
quando ele estava presente na comissão técnica.
Mas, na conquista do pentacampeonato em 2002, com o técnico Luiz Felipe Scolari, só os dois
andares em que ficaram os jogadores eram fechados ao público.
O restante dos quartos tinha hóspedes e os torcedores podiam circular pelo lobby.
Desta vez, a Fifa dará uma verba
para bancar as despesas. Só que o
dinheiro da federação cobre apenas os quartos necessários para os
jogadores e a comissão técnica.
Em seu site, a entidade informa
que pagará a viagem de 45 membros da delegação.
Como a CBF optou pelo isolamento, terá de pagar pelos outros
quartos que ficarão vazios. "Mas
foi negociado um desconto. Vai
ser cobrado o valor de hotéis cinco estrelas normais, porque estes
seriam mais caros", contou o assessor de imprensa da confederação, Rodrigo Paiva.
No Hotel Kempinski Falkenstein, as diárias giram entre 170 e
515 (o equivalente a R$ 450 e R$
1,36 mil). As despesas de todos os
quartos e suítes ficariam entre
15 mil e 20 mil (R$ 39,7 mil a R$
53 mil). Como o Brasil ficará 14
dias, a estimativa é de que as despesas com todos os 60 quartos e
suítes cheguem a 280 mil (cerca
de R$ 742 mil).
Mas desse valor seria descontado o dinheiro da Fifa e a promoção obtida pela CBF. Procurada
pela Folha, a assessoria do hotel
disse que não poderia informar o
acerto financeiro feito com a confederação.
No Castelo Lerbach, as diárias
estão entre 200 e 995 (R$ 530 e
R$ 2,6 mil). A estimativa é de que
as despesas para fechar o hotel
têm valores similares ao do Kempinski. Por sete dias, o gasto seria
de até 140 mil (R$ 371 mil). Mas
esse montante também seria pago
em parte pela CBF.
Na Copa das Confederações, o
Bayern Leverkusen bancou a estadia da seleção. Mas o time teve
que treinar no campo do clube, o
que a comissão técnica vetou para
a Copa -queria um local mais
próximo da concentração.
A partir das quartas-de-final, se
o Brasil estiver classificado, passará a ficar em hotéis reservados pela Fifa, que bancará os custos.
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