São Paulo, domingo, 25 de dezembro de 2005

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FUTEBOL

Entidade vai pagar para evitar outros hóspedes nos hotéis da seleção

Por privacidade, CBF abre o cofre no Mundial-2006

RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Para manter os jogadores separados do público, a CBF vai ter de pagar aos dois hotéis em que a seleção brasileira ficará na primeira fase da Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. A informação é da assessoria de imprensa da entidade, que não forneceu o gasto.
No Mundial Japão/Coréia, a confederação não teve despesas com hotéis na primeira fase porque a prefeitura de Ulsan, base do time em solo sul-coreano, bancou os custos de hospedagem.
Mas, desta vez, a comissão técnica da seleção insistiu em manter os jogadores em um hotel fechado só para o time. Após visitar diversas opções, o técnico Carlos Alberto Parreira e o coordenador Zagallo escolheram o Hotel Kempinski Falkenstein, nos arredores de Frankfurt, e o Castelo Lerbach, perto de Colônia. O time vai ficar nesses locais entre os dias 4 e 24 de junho -antes faz uma escala preparatória na Suíça.
"É melhor ter uma concentração onde não haja hóspede. Senão, é aquele avanço", explicou Zagallo. "Assim, o jogador não precisa ficar preso no quarto. É melhor o isolamento."
Mas, se quiserem, os atletas poderão sair do hotel e ter contato com o público. O coordenador ainda disse que haverá algumas folgas para eles passearem.
Zagallo afirmou que desde 1954 as delegações brasileiras ficaram separadas do público. Foi assim em 1994 (EUA) e 1998 (França), quando ele estava presente na comissão técnica.
Mas, na conquista do pentacampeonato em 2002, com o técnico Luiz Felipe Scolari, só os dois andares em que ficaram os jogadores eram fechados ao público. O restante dos quartos tinha hóspedes e os torcedores podiam circular pelo lobby.
Desta vez, a Fifa dará uma verba para bancar as despesas. Só que o dinheiro da federação cobre apenas os quartos necessários para os jogadores e a comissão técnica.
Em seu site, a entidade informa que pagará a viagem de 45 membros da delegação.
Como a CBF optou pelo isolamento, terá de pagar pelos outros quartos que ficarão vazios. "Mas foi negociado um desconto. Vai ser cobrado o valor de hotéis cinco estrelas normais, porque estes seriam mais caros", contou o assessor de imprensa da confederação, Rodrigo Paiva.
No Hotel Kempinski Falkenstein, as diárias giram entre 170 e 515 (o equivalente a R$ 450 e R$ 1,36 mil). As despesas de todos os quartos e suítes ficariam entre 15 mil e 20 mil (R$ 39,7 mil a R$ 53 mil). Como o Brasil ficará 14 dias, a estimativa é de que as despesas com todos os 60 quartos e suítes cheguem a 280 mil (cerca de R$ 742 mil).
Mas desse valor seria descontado o dinheiro da Fifa e a promoção obtida pela CBF. Procurada pela Folha, a assessoria do hotel disse que não poderia informar o acerto financeiro feito com a confederação.
No Castelo Lerbach, as diárias estão entre 200 e 995 (R$ 530 e R$ 2,6 mil). A estimativa é de que as despesas para fechar o hotel têm valores similares ao do Kempinski. Por sete dias, o gasto seria de até 140 mil (R$ 371 mil). Mas esse montante também seria pago em parte pela CBF.
Na Copa das Confederações, o Bayern Leverkusen bancou a estadia da seleção. Mas o time teve que treinar no campo do clube, o que a comissão técnica vetou para a Copa -queria um local mais próximo da concentração.
A partir das quartas-de-final, se o Brasil estiver classificado, passará a ficar em hotéis reservados pela Fifa, que bancará os custos.


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