TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Por uma noite, o Santos lembrou ontem o clube que amargou 18 anos de fila, o de times fracos e confusos pré-2002, que faziam a torcida pendurar faixas de cabeça para baixo nas arquibancadas.
Em Jundiaí, a equipe da Vila Belmiro sofreu sua pior derrota em quase três anos: caiu por 4 a 0 diante do Paulista, perdeu a invencibilidade no Estadual e a liderança do Grupo 2 -com 17 pontos, foi superado pelo próprio adversário de ontem, agora com 19.
Desde 18 de março de 2001, nos 5 a 0 para o Corinthians, também pelo Estadual, o Santos não sentia um placar tão duro, tão amargo.
Irreconhecível em campo, o time de Emerson Leão terminou o primeiro tempo já perdendo por 3 a 0 e ouvindo a torcida gritar olé.
O Santos nem chegou a respirar em campo. Com 25 segundos de jogo, Umberto se aproveitou de um erro de Diego, roubou a bola e chutou forte, no canto: 1 a 0.
O gol incendiou a torcida, e o Paulista foi para cima, a fim de aproveitar o embalo para tentar garantir a vitória. Com Renato bem marcado e Diego pouco inspirado, o Santos não conseguia se organizar em campo. As tentativas de ataque ficavam por conta das jogadas isoladas de Robinho e dos cruzamentos de Paulo César.
Na tentativa de mudar o panorama da partida, Leão recuou Renato para melhorar a saída de bola, mas a defesa continuou mal posicionada. A todo momento o Paulista explorava as jogadas de penetração com o rápido Izaías.
Foi numa jogada pela direita que o time da casa conseguiu ampliar. Izaías bateu mal na bola, e João Paulo fez o complemento, vencendo Doni e abrindo 2 a 0 para a equipe do técnico Zetti.
O gol desarticulou de vez o Santos, que se lançou ao ataque tentando descontar a diferença.
Mas, apesar de ter mais o domínio da bola, o time do litoral era constantemente ameaçado pelos contra-ataques. E aos 34min veio o terceiro gol. Canindé escapou pela esquerda, tocou entre as pernas do zagueiro André Luis e encobriu Doni, fazendo 3 a 0.
No intervalo, Leão fez duas mudanças. Saíram Paulo César e André Luis -o lado direito da defesa- e entraram Basílio e Pereira.
O Santos ensaiou uma reação. Basílio deu mais velocidade ao ataque, mas, comandado por Canindé, o time do interior seguiu apostando nos contra-ataques.
Aos 16min, a principal jogada de perigo do Santos: Robinho acertou o travessão do Paulista.
Com empenho no ataque e um meio-campo mais bem posicionado, o Santos esteve melhor em campo, mas a noite era mesmo do Paulista. Numa jogada iniciada por Canindé, o time de Jundiaí fechou a goleada. O ex-santista entrou pela esquerda e cruzou para Izaías bater no canto e fazer 4 a 0.


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