São Paulo, quarta, 26 de fevereiro de 1997.

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Para técnico-relâmpago, marmita atrapalha
Dadá Maravilha diz que série dá `calo na vista'

Katia Lombardi 21.dez.95/ Folha Imagem
O ex-jogador Dario, que treinou o Comercial de Registro em 96


da Reportagem Local


O ex-jogador Dario José dos Santos, o Dadá Maravilha, 51, foi o treinador da equipe do Comercial de Registro (185 km a sudoeste de São Paulo) no campeonato da série B-1B de 96.
Em seis meses à frente do time, ganhou 5 jogos, perdeu 7 e empatou 1. Não recebeu salário -fez um acordo para ter um percentual nas rendas e promover eventos na cidade. No fim do primeiro turno, o clube, devendo ao INSS, foi afastado do torneio, e ele deixou o comando.
Em entrevista à Folha, revelou-se o velho falastrão de sempre, com uma capacidade de autopromoção que faria o atacante corintiano Túlio parecer um verdadeiro tímido. ``Não tenho vergonha de dizer que sou o maior ídolo do Brasil.'' (FV)

Folha - Como você foi treinar o Comercial?
Dadá Maravilha -
Fui ao Vale do Ribeira jogar pela seleção paulista de masters e um dirigente do clube me convidou. Fui para uma experiência, porque sabia que podia desequilibrar. Folha - O que lhe faltou para ``desequilibrar''?
Dadá -
Na B1-B não há condições para os atletas jogarem, os salários são muito baixos, a comida deles é um marmitex. É uma situação periclitante.
Folha - O que você achou do nível técnico do torneio?
Dadá -
Dá calo na vista ver os times jogarem. Os meninos têm amor à camisa, mas tecnicamente são muito fracos.
Folha - Qual a lição que você tirou da experiência?
Dadá -
Foi bom porque senti o lado pobre do Campeonato Paulista, vi que tem muita gente passando fome e necessidade. Os times têm que arranjar patrocínio, porque, desse jeito, é só pra dizer que jogam em São Paulo.

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