DA REPORTAGEM LOCAL

A bola da vez agora é norte-americana, tem 18 anos, nunca fez a barba e exibe um currículo invejável nas piscinas. Michael Phelps representa, em 2004, o que Ian Thorpe significava em 2000: o homem a ser batido.
Dono das melhores marcas já obtidas nos 200 m medley, nos 400 m medley e nos 200 m borboleta, o garoto surge como novo candidato para alcançar -e até superar- o recorde de medalhas de ouro de Mark Spitz.
Só que, para conseguir tal feito, Phelps pode entrar em confronto direto com Thorpe nos 200 m livre ou nos 400 m livre. Em 2003, o norte-americano manifestou seu interesse em competir nessas provas e "nadar contra o melhor". Em entrevista à Folha, Thorpe respondeu ao desafio. (GR)
 

Folha - Michael Phelps disse que pode usar os 200 m livre ou os 400 m livre em seu programa olímpico. Você já pensou em competir contra ele?
Ian Thorpe - Nada do que meus adversários falam ou fazem me incomoda. Nunca incomodou e nunca vai incomodar. Eu preciso cuidar de mim, me preocupar sempre em fazer o meu melhor, porque não tenho controle sobre as outras pessoas.

Folha - Mas o Phelps foi bastante incisivo e disse que, apesar de te respeitar, pode alcançar tempos melhores que os seus nos 200 m livre e nos 400 m livre. Você acha que ele realmente pode?
Thorpe - Eu não estou pensando nisso. Michael Phelps é um excepcional nadador e já provou isso com resultados. Cada um vai fazer a sua prova. Só posso dizer que estarei pronto, na minha melhor forma, com força total.

Folha - Isso significa que, se Phelps realmente escolher duelar com você por um ouro em Atenas, teremos marcas expressivas e recordes mundiais nessas provas?
Thorpe - Mais do que quebrar recordes, podemos esperar um ótimo espetáculo na Olimpíada. Não posso prever os meus tempos, muito menos os tempos dos os outros. Mas tenha uma certeza: farei o meu melhor.


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