São Paulo, sexta-feira, 26 de março de 2004

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FUTEBOL

Time, que enfrenta Paulista, compensa elenco pequeno com disciplina

"Fair play" ajuda Picerni e empurra Palmeiras enxuto

EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Na caminhada do Palmeiras rumo ao título do Paulista, que não conquista desde 96, o pontapé está fora de moda. Aliás, a falta dele tem compensado uma deficiência do clube: o elenco reduzido.
Com poucos atletas à sua disposição, o técnico Jair Picerni festeja o fato de não ter tido nenhum jogador expulso até agora no Estadual. Foi principalmente graças ao "fair play" palmeirense que o treinador ainda não teve de improvisar nenhum atleta fora de suas posições originais.
Dos 11 titulares no torneio, cinco deles ainda não foram advertidos com cartões amarelos. O bom comportamento de seus jogadores ajudou a amenizar os desfalques que o clube ganhou de última hora por conta de contusões, como as dos atacantes Vágner, artilheiro do Paulista, com 11 gols, e Adriano Chuva. Ambos estão fora da partida contra o Paulista, amanhã, no Parque Antarctica.
Além de não ter tido atletas expulsos nas 11 partidas que disputou no Estadual, os palmeirenses ainda são os que menos cometem faltas entre os semifinalistas -apenas 22,9, em média, por partida. O Santos de Leão, por exemplo, é a equipe mais faltosa entre os quatro que restaram no Estadual, com 27,4 infrações.
"Se você conta com tantas dificuldades, não é hora de inventar. Tem que colocar mesmo as peças que são da posição. A sorte é que estamos conseguindo fazer isso por estarmos jogando na bola", diz o lateral-esquerdo Lúcio, o que menos comete infrações no time, com 1,2 falta por jogo.
O jogo limpo palmeirense também foi motivado pelas poucas aquisições que o clube fez.
Apenas três atletas foram contratados pela diretoria, mas um deles, o zagueiro André Bahia, já se desligou do clube.
"Mas temos um número limitado de jogadores. Nesse momento, percebemos a necessidade de um elenco maior", afirma Lúcio.
As poucas alterações no time palmeirense, aliás, fizeram com que Jair Picerni ganhasse uma queda-de-braço com os dirigentes no caso do ex-jogador do Flamengo. André Bahia, que não foi indicado por ele, deixou o clube na semana passada irritado por não ter sido utilizado.
Coincidência ou não, a principal indicação do treinador, o zagueiro Nem, simboliza o caráter de time disciplinado do Palmeiras. Desde que se tornou titular de Picerni, na terceira rodada, o atleta não saiu mais do time. Comete poucas faltas (apenas 1,8 por partida) e até agora só foi advertido uma vez com cartão amarelo.
Para a partida de amanhã, contra o Paulista, porém, ele não terá a companhia de Leonardo na zaga, pelas semifinais do Estadual.
O jogador, o mais indisciplinado do time, recebeu o terceiro cartão amarelo no Estadual e terá de cumprir suspensão.
Diferentemente de Leonardo, Vágner, Adriano Chuva, Pedrinho, Marcos e Magrão ainda não foram punidos com cartões.
Além de Rafael Marques, que jogará na vaga de Vágner, o volante Magrão, homem de confiança de Picerni, deve voltar à equipe para pegar o Paulista.
O jogador está recuperado de uma lesão muscular e ontem participou do treino coletivo.


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