São Paulo, sábado, 26 de março de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VÔLEI

Vitorioso na seleção, técnico busca, na decisão da Superliga, status perdido por seu time para o Osasco de Zé Roberto

Bernardinho tenta reformar bicho-papão

Ayrton Vignola - 24.mar.05/Folha Imagem
O técnico Zé Roberto orienta treino do Osasco anteontem, véspera do embarque para o Rio, palco do primeiro confronto das finais

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

O caminho costurado por Bernardinho na seleção masculina é impecável. Nunca um treinador foi tão vitorioso quanto ele, nunca uma equipe construiu uma galeria tão repleta de troféus.
Mas no início da trilha, o técnico deixou um órfão. Desde que parou de comandar mulheres, nunca mais viu seu time subir ao topo do pódio do mais importante campeonato interclubes do país.
A partir de hoje, às 13h, Bernardinho tenta reverter esse cenário.
Os primeiros passos foram de sucesso. A equipe mudou-se de Curitiba para o Rio de Janeiro em meados do ano passado.
O treinador, que antes apenas cuidava dos projetos sociais e gerenciava o time, assumiu o banco de reservas. Na quadra, promoveu a volta de Fernanda Venturini, sua mulher, e levantadora no último título nacional, em 2000.
Bernardinho ainda comandaria o Rexona em 2000/2001, mas já de olho na seleção masculina.
Desde aquele ano, o time freqüentou todas as semifinais, mas não passou do terceiro posto. Antes, havia sido vencedor em 1998, ano de sua estréia, e vice em 1999.
Enquanto isso, viu crescer Minas e Osasco. O primeiro arrematou o troféu de 2002. A equipe paulista sagrou-se campeã das duas últimas edições.
Além da sucessão no posto de bicho-papão da Superliga, a rivalidade entre Osasco e o atual Rio de Janeiro ganhou um ingrediente a mais nesta temporada.
Nos bancos de reserva, estão os únicos campeões olímpicos do vôlei do país, atuais técnicos das seleções masculina e feminina. E que disputam o título pela primeira vez com esse status.
"O Osasco está na final com todos os méritos ao passar muito bem pela semifinal [3 a 0 sobre o Minas]. Mas em decisão há um equilíbrio. Elas ganharam jogos importantes, assim como nós, e têm jogadoras de seleção, assim como nós", afirma Bernardinho.
Diferentemente do rival, o Rio de Janeiro teve seu momento mais difícil nas semifinais. Invicto havia 32 partidas -venceu sem derrotas a Salonpas Cup e o Estadual-, a equipe sucumbiu diante de Campos no primeiro duelo da série e teve trabalho para fechar o confronto em 3 jogos a 1.
Depois, viu tornar-se público o doping por maconha de Estefânia. O caso havia sido abafado, e o julgamento, feito de forma incorreta pela federação do Rio.
"Erramos muito naquele jogo. Deu uma chacoalhada no time. A gente não vai ganhar se não jogar direito", diz Fernanda Venturini.
Além da série invicta, o Rio de Janeiro construiu supremacia impressionante nos fundamentos durante a fase classificatória.
A equipe teve os melhores ataque (32,7% de aproveitamento), defesa (45,4%), levantamento (28,1%) e recepção (53,4%). Para o Osasco, só perde no bloqueio (23%). Individualmente, os dois elencos acumulam a maioria das jogadoras que devem figurar na seleção de Zé Roberto neste ano.
Para as atletas do Osasco, no entanto, o favoritismo do adversário não assusta. E tentam relembrar o embalo que as levou à vitória na temporada 2002/2003.
"A gente não conseguia ganhar do Minas, mas deu um gás nas finais e ficou com o título. Desta vez é parecido, já que o Rio é teoricamente o favorito, por causa da melhor campanha", afirma a meio-de-rede Daniela Vieira.
O Rio de Janeiro também vive coincidências. Como em 2000, a equipe construiu a melhor campanha, Fernanda Venturini na quadra, Bernardinho no banco. Naquele ano, ficou com o título.

NA TV - Sportv, ao vivo, a partir das 13h


Texto Anterior: Lanterna usa a altitude contra líder Argentina
Próximo Texto: Frase
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.