Tandara é a maior pontuadora do Nacional de vôlei

MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Um confronto entre Davi e Golias abre as quartas de final da Superliga feminina de vôlei hoje. Enquanto o Golias, leia-se Rio de Janeiro, conta com estrelas da seleção como Fabiana, Fabi, Dani Lins, Joycinha e Carol Gattaz, o Davi, ou Brusque, centra suas esperanças na atacante Tandara Caixeta.
Com um nome que poderia muito bem ser o de uma heroína de história em quadrinhos, a atleta tem na força seu principal trunfo. Graças à potência de seu ataque e de seu saque, a oposto do Brusque, de 1,82 m, encerrou a primeira fase como a maior pontuadora do torneio.
Até agora foram 406 pontos -332 de ataque, 49 de bloqueio e 25 de saque-, número bem superior ao conquistado pela meio de rede Fabiana, do Rio. A maior pontuadora da equipe carioca, nona no ranking da Superliga, soma "só" 310 pontos.
A disparidade se explica por um motivo. Enquanto no Rio a levantadora Dani Lins distribui as jogadas de forma mais equitativa, no Brusque, grande parte das bolas levantadas por Karine vão na direção de Tandara.
"Isso já é normal. A gente traça alguns caminhos para favorecê-la. No sistema, Tandara não fica na recepção, então a maioria das bolas acaba indo para ela. E ela desempenha bem seu papel", comenta Rogério Portela, técnico do Brusque.
Mesmo com apenas 21 anos, Tandara recebeu de Portela a incumbência de liderar o time.
"Com a braçadeira de capitã, sei que tenho que ter responsabilidade. Na hora do "vamovê", quem tiver mais coragem vai atacar. E eu costumo pedir as bolas para decidir", diz a atleta.
Na avaliação de Tandara e na do técnico, a evolução dela ocorreu principalmente em dois fundamentos: bloqueio e saque. A jogadora, aliás, lidera o ranking de aproveitamento no saque da Superliga feminina.
Com passagens pelas categorias de base da seleção, pela qual conquistou títulos nos Mundiais infantojuvenil e juvenil, Tandara vislumbra um futuro no time comandado pelo técnico José Roberto Guimarães. Sua meta é disputar a Olimpíada de 2016, no Rio, quando terá 27 anos.
Seu bom desempenho na Superliga chamou a atenção até mesmo do supercampeão Bernardinho, técnico do time rival de hoje. No primeiro turno do torneio, o Rio encontrou dificuldades para vencer o Brusque. O jogo só foi definido no tie-break. Apesar da derrota de sua equipe, Tandara foi a maior pontuadora, com 27 pontos.
"A defesa [do Brusque] normalmente funciona bem, e o time ainda conta com aTandara, que pode desequilibrar a partida", avalia Bernardinho.
Fã assumido do trabalho da comissão técnica do Rio, Portela sabe que a missão de eliminar o atual campeão da Superliga não é das mais simples.
"Vencer o Rio é um desafio pessoal para cada integrante da nossa equipe. Já pensou sermos o responsável por eliminar o Rio de uma semifinal pela primeira vez na Superliga?", diz o técnico, apostando que o Brusque, com a ajuda de Tandara, pode repetir a saga de Davi, derrotando o gigante mítico.
É bom Golias ficar atento.