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CBF foi infiel, afirma Hawilla à CPI
DA REPORTAGEM LOCAL
O empresário J. Hawilla criticou
ontem pela primeira vez a exclusão de sua agência de marketing
do acordo de patrocínio que será
firmado entre CBF e AmBev.
Em depoimento à CPI da CBF/
Nike, na Câmara, Hawilla reclamou que faltou fidelidade a sua
empresa, que há mais de dez anos
participa como intermediária nos
negócios da confederação.
Pelo acordo firmado entre a
CBF e a Nike, principal alvo da
CPI na Câmara, a Traffic vai faturar, até 2006, US$ 8 milhões.
Por ter sido excluída do negócio
envolvendo a seleção brasileira e a
AmBev (empresa resultado da fusão de Antarctica e Brahma), que
dará à CBF US$ 170 milhões em 17
anos, a agência não terá a comissão de 5% a que normalmente
tem direito -ou US$ 8,5 milhões.
A AmBev substitui a Coca-Cola
como patrocinadora oficial da seleção. "Faltou fidelidade com a
Traffic, que sempre intermediou
os contratos com a CBF. Mas espero que nossa empresa seja chamada pela Ambev para operacionalizar o contrato", disse Hawilla.
A CBF, no entanto, não vai aceitar a interferência da Traffic no
acordo. A entidade alega que foi
procurada diretamente pela AmBev, que vai colocar a logomarca
do guaraná Antarctica na camisa.
Apesar de ter reclamado da entidade em Brasília, Hawilla minimizou a participação da CBF nos
lucros de sua agência. De acordo
com o empresário, os negócios
com a entidade representam apenas 1,37% do faturamento da
Traffic. A maior parte dos recursos, segundo Hawilla, vem de
acordos realizados no exterior.
O empresário disse ainda que
sua variação patrimonial, de R$
3,7 milhões em 94 para R$ 75,8
milhões em 98, foi fruto apenas de
"muito trabalho e honestidade".
No início do depoimento, Hawilla respondeu aos questionamentos de Sílvio Torres (PSDB-SP), relator da CPI, sobre o contrato entre Nike e CBF. O empresário voltou a defender o acordo,
que terá duração de dez anos.
Para o deputado Dr. Rosinha
(PT-PR), o depoimento de Hawilla foi importante para detalhar as
relações entre a Traffic e a CBF.
Segundo o deputado paranaense, a única dúvida que o empresário não conseguiu esclarecer foi o
envio de R$ 153 mil ao presidente
da Federação Gaúcha de Futebol,
Emídio Perondi -irmão de Darcísio Perondi (PMDB-RS), deputado integrante da comissão.
Hawilla, que disse não se lembrar da operação realizada em 96
e em 98, ficou de enviar por escrito uma resposta aos deputados.
O depoimento do empresário
foi o último na Câmara relacionada ao contrato CBF-Nike.
O relator Sílvio Torres disse já
ter todos os elementos para elaborar o relatório final, que será votado pela CPI em 30 de maio.
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