São Paulo, quinta-feira, 26 de abril de 2001

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AUTOMOBILISMO

Ex-piloto de F-1 morre durante testes da Audi para Le Mans

Michele Alboreto morre em acidente na Alemanha

DA REDAÇÃO

Michele Alboreto, 44, o último herói italiano da F-1, morreu ontem à tarde após acidente no circuito de Lausitzring, próximo a Dresden, na Alemanha.
O piloto, vencedor de cinco GPs e segundo colocado no Mundial de 1985, pela Ferrari, participava de testes do modelo R8 da Audi para as 24 Horas de Le Mans.
É a terceira morte no automobilismo de ponta nesta temporada. Em fevereiro, na abertura da temporada 2001 da Nascar, em Daytona, a vítima foi Dale Earnhardt, 49, mito do esporte nos EUA.
Em março, um fiscal de pista morreu após ser atingido por uma roda do BAR de Jacques Villeneuve durante o GP da Austrália, prova de abertura da F-1.
A Audi não quis comentar ontem as causas do acidente, uma "tragédia incompreensível" para Wolfgang Ullrich, diretor esportivo da empresa alemã. Segundo Ullrich, não há testemunhas do acidente, que aconteceu longe dos boxes, onde se encontravam os técnicos da equipe, os únicos presentes ao autódromo, que abrigará uma etapa da Indy pela primeira vez em setembro próximo.
As condições de tempo eram boas, e Alboreto perdeu o controle do carro em uma reta, elementos que apontariam para uma falha mecânica. A polícia alemã investiga as causas do acidente.
Era o último de três dias de testes de Alboreto, que tinha experiência com o modelo R8. No ano passado, foi terceiro colocado em Le Mans, a mais tradicional prova de longa duração do automobilismo, que venceu em 1997, a bordo de um modelo da Porsche.
A fama de Alboreto, porém, foi construída na F-1. Depois de estrear na categoria pela Tyrrell, em 1981, se transferiu para a Ferrari em 1984, por interferência pessoal de Enzo Ferrari -foi o último dos "preferidos" do comendador, que chegou a compará-lo a Wolfgang von Trips, um dos heróis ferraristas, em sua autobiografia.
A aposta quase deu certo. Após uma quarta colocação no Mundial de 1984, liderou o campeonato na temporada seguinte para ser superado no final apenas por Alain Prost, então na McLaren.
Seguiu na Ferrari até 1988. Depois, em franca decadência, perambulou por equipes menores (como a própria Tyrrell, Arrows, Footwork, Lola e Minardi) até deixar a categoria no final de 1994 com um razoável currículo de 194 GPs, cinco vitórias e duas poles.
O significado de Alboreto para os italianos, porém, é muito maior. Ele foi o último piloto do país a cumprir uma temporada regular pela Ferrari. O último também a vencer uma corrida pela tradicional escuderia italiana.
Era uma verdadeira referência no país, a ponto de ter sido chamado pela Justiça local, em 1997, para depor no caso Senna. Para o presidente ferrarista, Luca Montezemolo, "um piloto muito importante na história da Ferrari."
Natural de Milão, Alboreto era casado e tinha dois filhos.


Com agências internacionais


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