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AUTOMOBILISMO
Ex-piloto de F-1 morre durante testes da Audi para Le Mans
Michele Alboreto morre em acidente na Alemanha
DA REDAÇÃO
Michele Alboreto, 44, o último
herói italiano da F-1, morreu ontem à tarde após acidente no circuito de Lausitzring, próximo a
Dresden, na Alemanha.
O piloto, vencedor de cinco GPs
e segundo colocado no Mundial
de 1985, pela Ferrari, participava
de testes do modelo R8 da Audi
para as 24 Horas de Le Mans.
É a terceira morte no automobilismo de ponta nesta temporada.
Em fevereiro, na abertura da temporada 2001 da Nascar, em Daytona, a vítima foi Dale Earnhardt,
49, mito do esporte nos EUA.
Em março, um fiscal de pista
morreu após ser atingido por
uma roda do BAR de Jacques Villeneuve durante o GP da Austrália, prova de abertura da F-1.
A Audi não quis comentar ontem as causas do acidente, uma
"tragédia incompreensível" para
Wolfgang Ullrich, diretor esportivo da empresa alemã. Segundo
Ullrich, não há testemunhas do
acidente, que aconteceu longe dos
boxes, onde se encontravam os
técnicos da equipe, os únicos presentes ao autódromo, que abrigará uma etapa da Indy pela primeira vez em setembro próximo.
As condições de tempo eram
boas, e Alboreto perdeu o controle do carro em uma reta, elementos que apontariam para uma falha mecânica. A polícia alemã investiga as causas do acidente.
Era o último de três dias de testes de Alboreto, que tinha experiência com o modelo R8. No ano
passado, foi terceiro colocado em
Le Mans, a mais tradicional prova
de longa duração do automobilismo, que venceu em 1997, a bordo
de um modelo da Porsche.
A fama de Alboreto, porém, foi
construída na F-1. Depois de estrear na categoria pela Tyrrell, em
1981, se transferiu para a Ferrari
em 1984, por interferência pessoal
de Enzo Ferrari -foi o último
dos "preferidos" do comendador,
que chegou a compará-lo a Wolfgang von Trips, um dos heróis
ferraristas, em sua autobiografia.
A aposta quase deu certo. Após
uma quarta colocação no Mundial de 1984, liderou o campeonato na temporada seguinte para ser
superado no final apenas por
Alain Prost, então na McLaren.
Seguiu na Ferrari até 1988. Depois, em franca decadência, perambulou por equipes menores
(como a própria Tyrrell, Arrows,
Footwork, Lola e Minardi) até
deixar a categoria no final de 1994
com um razoável currículo de 194
GPs, cinco vitórias e duas poles.
O significado de Alboreto para
os italianos, porém, é muito
maior. Ele foi o último piloto do
país a cumprir uma temporada
regular pela Ferrari. O último
também a vencer uma corrida pela tradicional escuderia italiana.
Era uma verdadeira referência
no país, a ponto de ter sido chamado pela Justiça local, em 1997,
para depor no caso Senna. Para o
presidente ferrarista, Luca Montezemolo, "um piloto muito importante na história da Ferrari."
Natural de Milão, Alboreto era
casado e tinha dois filhos.
Com agências internacionais
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