UOL


São Paulo, sábado, 26 de abril de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Time inicia hoje campanha para voltar à elite com legião de atletas que conhece bem a Série B

Palmeiras se ampara em grupo de experts contra seu pesadelo

Keiny Andrade/Folha Imagem
Marcos, que falhou em três gols no meio da semana, treina para enfrentar o Brasiliense


RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras estréia hoje na segunda divisão brasileira, mas, para a maior parte do time atual, a Série B não é nenhuma novidade.
Contra o Brasiliense, às 20h30, 6 dos 11 titulares já passaram por campeonatos de acesso. Leonardo, Denys, Marquinhos, Magrão, Fábio Gomes, Adãozinho e Thiago Gentil podem ser classificados como experts no assunto.
Isso sem falar no técnico Jair Picerni, que ganhou fama ao alçar o São Caetano para a elite.
Isso sem falar também nos reforços, como Marcinho e Lúcio. "O futebol tem mais pegada, mais correria entre os rebaixados", afirma o volante Marcinho, que disputou em 1999 a terceira divisão paulista pelo Olímpia.
Por isso não é de estranhar frases de Picerni como: "Para a Série B, até que estamos nivelados com os outros times" ou "É com esse time aqui que nós vamos".
O Palmeiras vem de "um vareio", "um baile" (palavras do técnico) diante do Vitória e compreendeu no 7 a 2 de quarta-feira, em pleno Parque Antarctica, a diferença entre a Série A e a B.
Na partida na cidade-satélite de Taquatinga, que não deve ter televisionamento (até ontem não houve acordo com nenhuma emissora), o time poderá entender qual é sua posição atual no cenário nacional. Nada de craques, muitos problemas, torcida enraivecida e diretoria ausente.
Para piorar, perdeu os meias Pedrinho e Correa por contusão e não poderá utilizar o lateral Alessandro, que veio do Flamengo tendo de cumprir suspensão.
Para piorar mais, ficou quase um mês sem jogar e sentiu a falta de ritmo quando entrou em campo. O mau resultado gerou desânimo. "O emocional está atrapalhando alguns jogadores", afirma o treinador. Esse parece o caso do atacante Muñoz, que se queixa de dores, e do zagueiro Gustavo, muito nervoso em campo.
Há quem ache que também é o caso do goleiro Marcos, por suas recentes falhas. "A confiança foi perdida, e só uma vitória para darmos a volta por cima", disse.
Marcos pediu dispensa da seleção, que enfrenta o México na próxima semana, por ter suspeita de início de bronquite. "Não tem nada de psicológico nisso. O doutor Runco [José Luiz, médico da seleção] foi o primeiro a diagnosticar e sabe que não é desculpa", explica-se o goleiro.
O vôo de 18 horas para Guadalajara (via Los Angeles e Cidade do México) seria prejudicial pelo ar seco do avião. As duas horas para Brasília não prejudicariam tanto, dizem os médicos.
O embarque para a segunda divisão foi ontem à tarde. Hoje à noite, o time entra no gramado do estádio Serejão, também conhecido como Boca do Jacaré, que já foi cenário de cenas pitorescas -como seu presidente, o senador cassado Luiz Estevão, abrindo o portão para a torcida invadir o campo e agredir atletas da equipe adversária.
O Palmeiras enfrentará velhos conhecidos, como Túlio (ex-Botafogo), Batata (ex-Corinthians) e Paulo Isidoro (ex-Palmeiras).


Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Frase
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.