DA REPORTAGEM LOCAL

O ucraniano Vitali Klitschko venceu anteontem à noite, por nocaute técnico, no oitavo assalto, o sul-africano Corrie Sanders e conquistou o título mundial, ou linear, dos pesos-pesados.
Foi a primeira vez que dois lutadores brancos disputaram o título mundial dos pesados desde que Rocky Marciano manteve o cinturão frente a Don Cockell, em 1955.
"Finalmente cumpri meu sonho e ganhei o cinturão mundial", declarou Klitschko, 32, que conquistou a 34ª vitória de sua carreira, sendo 33 delas por nocaute.
Ao arrebatar, em Los Angeles, o cinturão do Conselho Mundial de Boxe, cujo último dono foi Lennox Lewis, consenso como o melhor pesado da atualidade até decidir pendurar as luvas, Klitschko ganha o reconhecimento como campeão mundial da categoria.
Lewis unificou os títulos do CMB, da AMB e da FIB, mas perdeu os dois últimos no tapetão.
A nomenclatura de campeão mundial, ou linear, é rara e dada pela mídia especializada. Ela vale apenas para resultados obtidos no ringue e não necessariamente é dada a duelos que valem cinturão pelas principais entidades mundiais (CMB, AMB, FIB e OMB).
A revista "The Ring" construiu a ""árvore genealógica" do título dos pesados, segundo a qual uma linha poderia ser traçada de Klitschko até o primeiro campeão, John L. Sullivan (EUA).
Além do título linear, ao bater Sanders, Klitschko também venceu uma revanche familiar.
No ano passado, o sul-africano havia derrotado o irmão mais novo de Vitali, Wladimir, que vinha recebendo indicações de o "próximo grande pesado".
"Eu tinha um sonho, mas não é apenas o meu. É dos dois irmãos Klitschko", declarou Wladimir, após cumprimentar o irmão.
O combate foi equilibrado em seu início, mas logo o ucraniano passou a dominá-lo.
No oitavo assalto, com Sanders sangrando bastante, Klitschko encurralou o rival nas cordas e o juiz determinou o fim da luta.
"Fiquei surpreso por ele não ter caído. Ele tomou muitos golpes", disse o campeão. "Inacreditável."


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