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Santos doma "bad boys" para ser rei da disciplina
Time, o que mais jogou na elite em 2007, é o único sem expulsos após 29 jogos
Até o goleiro Fábio Costa e o zagueiro Antônio Carlos têm se comportado em meio à maratona e a duelos contra rivais argentinos e uruguaios
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Ninguém, dos clubes que fazem parte da elite nacional hoje, jogou tanto em 2007. Entre
os adversários, os catimbeiros
argentinos e uruguaios pela Taça Libertadores da América. De
quebra, um elenco com notórios encrenqueiros, como Fábio Costa e Antônio Carlos.
Essa combinação parecia explosiva para o Santos em termos disciplinares. Mas, depois
de 29 jogos oficiais, o time não
teve sequer um jogador expulso
na temporada, fato inédito para
os 20 times que vão disputar a
primeira divisão do Campeonato Brasileiro neste ano.
O time intacto em todos os
jogos tem evidentes vantagens.
A defesa nunca fica exposta de
forma exagerada, como acontece com o Corinthians, o recordista de vermelhos do Paulista.
Tanto que o Santos tem a segunda defesa menos vazada do
Estadual e a melhor da Libertadores -no nobre torneio continental, sofreu apenas um gol
em oito jogos. Nas duas competições, o time registra também
o melhor aproveitamento.
Com Vanderlei Luxemburgo,
que tem fama de comandar times disciplinados, o goleiro Fábio Costa está bastante calmo.
Até cartão amarelo para ele é
fato raro -em 28 partidas oficiais no ano, foi advertido uma
única vez (segundo a súmula,
por reclamar da arbitragem).
O treinador até defende a
convocação de seu pupilo para
a seleção. "O Fábio está realmente num momento muito
bom", diz Luxemburgo.
O zagueiro Antônio Carlos já
foi suspenso por ofensas racistas e levou cinco vermelhos em
apenas 21 jogos em uma edição
do Brasileiro. No Santos de
2007, são 19 jogos sem expulsão -é verdade que no clássico
contra o São Paulo uma entrada desleal foi relevada pelo juiz.
"Nós sempre procuramos jogar futebol. [Às vezes] acontece
de fazer uma falta mais dura e
levar o vermelho. Talvez possa
acontecer na final. Espero que
não. O Santos sempre teve uma
boa marcação, mas que não é
violenta", disse ele, que ainda
aproveitou para cutucar os eliminados são-paulinos, que acusaram o Santos de violento.
"É que ele [Luxemburgo]
mandou bater muito neste
campeonato, como falaram em
alguns jogos" , declarou, ironicamente, ao comentar a falta de
expulsões do time litorâneo.
Para a decisão estadual contra o São Caetano, a partir de
domingo, no Morumbi, são os
cartões amarelos que ameaçam
o Santos -o lateral-direito Pedro e o zagueiro Adaílton estão
pendurados e correm risco.
"Preocupa, porque ninguém
quer ficar fora da final. Mas vou
me prevenir para não levar o
terceiro. É só agir com prudência, e é o que farei. Há jogadas
em que não é necessário agir de
forma brusca", falou o beque.
O clube do ABC, por seu lado,
também tem bom comportamento disciplinar. Seus jogadores somaram apenas dois vermelhos no Paulista, o terceiro
menor número da competição.
E os expulsos foram jogadores ofensivos, Somália e Canindé, sendo que este último recebeu o vermelho por se exceder
na comemoração de um gol
contra o Paulista de Jundiaí.
"Tem a mão do [Dorival] Júnior [técnico do time]. Ele sempre fala para ir na bola. E, estando bem fisicamente, você
evita levar cartões desnecessários, ser expulso. Sem contar
que tomar cartão pesa no bolso.
A multa pelo vermelho é de R$
1.500", diz o lateral Triguinho.
Colaboraram MARIANA CAMPOS, da Agência
Folha, em Santos, e RENAN CACIOLI, da Reportagem Local
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