DOS ENVIADOS A KUALA LUMPUR

O jogo de despedida do Brasil para a Copa da Coréia do Sul e do Japão se transformou numa festa da diversidade cultural asiática semelhante à que o Brasil deverá encontrar no Mundial a partir do dia 31.
O estádio nacional de Kuala Lumpur, o Bukat Jalil, recebeu 50 mil torcedores para a partida de despedida do time de Scolari em sua caminhada rumo ao Mundial. Haviam sido colocados à venda, no total, 80 mil ingressos.
O povo malaio, consciente da fragilidade de seu futebol, se vestiu de verde e amarelo.
Réplicas das camisas da Nike, bem parecidas às originais, eram vendidas fora do estádio por menos de R$ 50,00.
Até os jogadores da Malásia quiseram tirar um foto ao lado dos brasileiros, tratados como "pop stars".
O sistema de som do estádio anunciou um a um os jogadores verde-amarelos.
"E agora, senhoras e senhores, Ronaldo", disse o locutor, para a explosão da torcida nas arquibancadas, quando entrou o principal astro do Brasil.
A partida fez parte das comemorações do feriado religioso (budista) "Wesak Day". A data correta seria hoje, mas o feriado foi estendido para três dias, incluindo amanhã.
Mesmo não sendo o budismo a religião predominante da Malásia, o feriado tem um significado de congraçamento entre as diferentes crenças locais.
A grande maioria do povo malaio é muçulmana, mas a liberdade de crença está prevista na Constituição. Além dos budistas, o país possui muitos taoístas e hindus.
Nas vestimentas de alguns torcedores, as arquibancadas refletiram a diversidade étnica e religiosa do país, que tem grandes colônias de indianos e chineses. As mulheres muçulmanas e hindus adicionaram ingredientes em verde e amarelo aos seus trajes tradicionais.
Atrás de um dos gols, um torcedor era visto com uma bandeira com a suástica nazista.
O amistoso contou com a presença do rei da Malásia, Tunku Syed Sirajuddin Petra Jamalulail Syed Putra, que cumprimentou todos os jogadores brasileiros após a execução dos hinos.
(FV, JAB E SR)

Texto Anterior: Recuperado, Rivaldo decepciona
Próximo Texto: "Ulsan tupiniquim" espera time de Scolari
Índice