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Estevam Soares chega e veta "balada"
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de não se dizer um disciplinador, Estevam Soares mostrou ser um treinador linha-dura
logo em seu primeiro dia como
treinador do Palmeiras -o perfil
exato que os dirigentes do time do
Parque Antarctica procuravam.
Em uma de suas primeiras declarações como treinador palmeirense -sua contratação foi oficializada ontem-, Soares, 47, já
se mostrou contrário às "baladas"
que tantos problemas trouxeram
ao clube, sobretudo às vésperas
das semifinais do Paulista-04.
"O atleta tem que se cuidar. A
carreira é curta, e a noite e a bebida não são compatíveis [com a vida de jogador]", declarou o treinador, que acertou sua permanência até 31 de dezembro.
O técnico disse que estuda aumentar o período de concentração antes dos jogos de um dia para dois. "Na Ponte Preta concentrávamos 48 horas antes das partidas. Vamos ver se aqui também
será assim", declarou.
Soares disse ter conversado com
o presidente Mustafá Contursi a
respeito do elenco e que, em princípio, não pedirá reforços. "Antes
preciso conhecer os jogadores. Isso de [o treinador] levar atleta de
confiança é coisa do passado."
Logo após ser apresentado, o
técnico dirigiu seu primeiro treino no Palmeiras. Soares comandou um treino tático. E não se furtou de parar a movimentação várias vezes e gritar com os jogadores, passando orientações.
Entre os jogadores, a chegada de
um disciplinador foi bem recebida. "Quando chega um treinador
novo, todos os jogadores baixam
a crista. Não sabem quem vai ser
titular. Isso é bom, pois todo
mundo treina mais", analisou o
goleiro Sérgio. "Todos os títulos
que tive foram em cima de cobrança. Tinha sacrifício, mas tinha recompensa", completou o
atleta, que comparou o estilo de
Soares ao de outro técnico linha-dura. "Eu achei, no treinamento,
que ele tem o jeitão do Felipão
[Luiz Felipe Scolari]."
"Ele exige disciplina. Então tem
que tomar cuidado dentro e fora
de campo", afirmou o zagueiro
Nen, que já trabalhou com o treinador no Gama, em 2003.
O contrato entre Soares e Palmeiras só foi assinado na noite de
anteontem, após reunião ordinária do Conselho Deliberativo do
clube. É que Contursi aproveitou
a ocasião para levar o nome de
Soares aos conselheiros.
Além disso, foi somente após se
encontrar com Soares pessoalmente que o presidente palmeirense se convenceu de que sua
contratação seria a ideal. A idéia
de protelar o anúncio de um treinador até hoje chegou a ser cogitada. Muricy Ramalho era um dos
preferidos pela cúpula, mas o salário que recebe no São Caetano,
cerca de R$ 100 mil mensais, fez os
dirigentes do Parque Antarctica
desistirem de esperá-lo.
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