São Paulo, quarta-feira, 26 de maio de 2004

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Estevam Soares chega e veta "balada"

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de não se dizer um disciplinador, Estevam Soares mostrou ser um treinador linha-dura logo em seu primeiro dia como treinador do Palmeiras -o perfil exato que os dirigentes do time do Parque Antarctica procuravam.
Em uma de suas primeiras declarações como treinador palmeirense -sua contratação foi oficializada ontem-, Soares, 47, já se mostrou contrário às "baladas" que tantos problemas trouxeram ao clube, sobretudo às vésperas das semifinais do Paulista-04.
"O atleta tem que se cuidar. A carreira é curta, e a noite e a bebida não são compatíveis [com a vida de jogador]", declarou o treinador, que acertou sua permanência até 31 de dezembro.
O técnico disse que estuda aumentar o período de concentração antes dos jogos de um dia para dois. "Na Ponte Preta concentrávamos 48 horas antes das partidas. Vamos ver se aqui também será assim", declarou.
Soares disse ter conversado com o presidente Mustafá Contursi a respeito do elenco e que, em princípio, não pedirá reforços. "Antes preciso conhecer os jogadores. Isso de [o treinador] levar atleta de confiança é coisa do passado."
Logo após ser apresentado, o técnico dirigiu seu primeiro treino no Palmeiras. Soares comandou um treino tático. E não se furtou de parar a movimentação várias vezes e gritar com os jogadores, passando orientações.
Entre os jogadores, a chegada de um disciplinador foi bem recebida. "Quando chega um treinador novo, todos os jogadores baixam a crista. Não sabem quem vai ser titular. Isso é bom, pois todo mundo treina mais", analisou o goleiro Sérgio. "Todos os títulos que tive foram em cima de cobrança. Tinha sacrifício, mas tinha recompensa", completou o atleta, que comparou o estilo de Soares ao de outro técnico linha-dura. "Eu achei, no treinamento, que ele tem o jeitão do Felipão [Luiz Felipe Scolari]."
"Ele exige disciplina. Então tem que tomar cuidado dentro e fora de campo", afirmou o zagueiro Nen, que já trabalhou com o treinador no Gama, em 2003.
O contrato entre Soares e Palmeiras só foi assinado na noite de anteontem, após reunião ordinária do Conselho Deliberativo do clube. É que Contursi aproveitou a ocasião para levar o nome de Soares aos conselheiros.
Além disso, foi somente após se encontrar com Soares pessoalmente que o presidente palmeirense se convenceu de que sua contratação seria a ideal. A idéia de protelar o anúncio de um treinador até hoje chegou a ser cogitada. Muricy Ramalho era um dos preferidos pela cúpula, mas o salário que recebe no São Caetano, cerca de R$ 100 mil mensais, fez os dirigentes do Parque Antarctica desistirem de esperá-lo.


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