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Copa 2006
Brasileiro Rogério afirma que aderência é menor no molhado; alemão Lehman repete discurso
Adidas, a fabricante, avisa que cada seleção que estará na Alemanha recebeu um lote no início do ano para que atletas pudessem se adaptar
Para goleiros, bola é problema
PAULO COBOS
RICARDO PERRONE
SÉRGIO RANGEL
EDUARDO VIEIRA DA COSTA
ENVIADOS ESPECIAIS A WEGGIS
A seleção brasileira que joga
na linha não entrou em massa
no bloco de jogadores que reclamam da bola que vai ser usada na Copa da Alemanha.
Mas uma crítica pontual do
goleiro Rogério tocou justamente no ponto em que a Adidas, a fabricante da Teamgeist,
a bola oficial do próximo Mundial, considera como o ponto
forte do seu produto. "A bola é
leve, mas as que usamos no
Brasil também são. Ela é sintética, então tem menos aderência no molhado. Vamos ter que
treinar bastante para nos adaptar a ela", disse o são-paulino,
que fala com propriedade do
assunto -é especialista tanto
em tocar as bolas com as mãos
quanto com os pés em suas precisas cobranças de faltas.
Quando lançou a Teamgeist,
a Adidas destacou que a grande
diferença que os jogadores
iriam encontrar na bola é como
ela iria se portar no molhado.
Segundo a empresa, "por ser à
prova d'água, a bola tem características idênticas tanto no seco quanto no campo molhado".
Durante o verão alemão, é
comum a incidência de chuvas.
São raros os estádios com cobertura -um deles é o de
Frankfurt, onde foi disputada a
final da Copa das Confederações do ano passado.
A Teamgeist foi motivo de irritação também para um goleiro no time da Alemanha. "É
uma bola para os jogadores de
linha e para a torcida, não para
os goleiros", disse Lehmann.
Ele faz a mesma crítica de
Rogério. "Quando chove, a bola
fica molhada e veloz, o que não
será confortável para nós."
A Adidas diz que fez de tudo
para permitir que os jogadores
de todas as seleções se adaptassem ao seu novo produto. A
empresa diz ter mandado no
começo do ano 20 unidades para cada país classificado para o
Mundial. A partir do início da
fase final de preparação, como
acontece com o Brasil na Suíça,
cada equipe vai receber outro
carregamento do material.
Se preocupa Rogério e Lehman no campo molhado, a bola
da Copa não despertou nos demais brasileiros indignação.
"A bola é leve e boa para chutar. Não sei é se os goleiros vão
gostar", falou o atacante Fred.
Mas o sentimento quase geral é de indiferença. Roberto
Carlos fez graça: "Tá redonda".
"Na Itália, cada dia jogo com
uma bola, então isso não faz diferença para mim. O que importa é jogar com a bola dourada na final", disse o milanista
Kaká, referindo-se ao modelo
que vai ser usado na decisão da
Copa, em 9 de julho, em Berlim.
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