São Paulo, sexta-feira, 26 de maio de 2006

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Copa 2006

Brasileiro Rogério afirma que aderência é menor no molhado; alemão Lehman repete discurso

Adidas, a fabricante, avisa que cada seleção que estará na Alemanha recebeu um lote no início do ano para que atletas pudessem se adaptar


Para goleiros, bola é problema

PAULO COBOS
RICARDO PERRONE
SÉRGIO RANGEL
EDUARDO VIEIRA DA COSTA
ENVIADOS ESPECIAIS A WEGGIS

A seleção brasileira que joga na linha não entrou em massa no bloco de jogadores que reclamam da bola que vai ser usada na Copa da Alemanha.
Mas uma crítica pontual do goleiro Rogério tocou justamente no ponto em que a Adidas, a fabricante da Teamgeist, a bola oficial do próximo Mundial, considera como o ponto forte do seu produto. "A bola é leve, mas as que usamos no Brasil também são. Ela é sintética, então tem menos aderência no molhado. Vamos ter que treinar bastante para nos adaptar a ela", disse o são-paulino, que fala com propriedade do assunto -é especialista tanto em tocar as bolas com as mãos quanto com os pés em suas precisas cobranças de faltas.
Quando lançou a Teamgeist, a Adidas destacou que a grande diferença que os jogadores iriam encontrar na bola é como ela iria se portar no molhado. Segundo a empresa, "por ser à prova d'água, a bola tem características idênticas tanto no seco quanto no campo molhado".
Durante o verão alemão, é comum a incidência de chuvas. São raros os estádios com cobertura -um deles é o de Frankfurt, onde foi disputada a final da Copa das Confederações do ano passado.
A Teamgeist foi motivo de irritação também para um goleiro no time da Alemanha. "É uma bola para os jogadores de linha e para a torcida, não para os goleiros", disse Lehmann.
Ele faz a mesma crítica de Rogério. "Quando chove, a bola fica molhada e veloz, o que não será confortável para nós."
A Adidas diz que fez de tudo para permitir que os jogadores de todas as seleções se adaptassem ao seu novo produto. A empresa diz ter mandado no começo do ano 20 unidades para cada país classificado para o Mundial. A partir do início da fase final de preparação, como acontece com o Brasil na Suíça, cada equipe vai receber outro carregamento do material.
Se preocupa Rogério e Lehman no campo molhado, a bola da Copa não despertou nos demais brasileiros indignação.
"A bola é leve e boa para chutar. Não sei é se os goleiros vão gostar", falou o atacante Fred.
Mas o sentimento quase geral é de indiferença. Roberto Carlos fez graça: "Tá redonda".
"Na Itália, cada dia jogo com uma bola, então isso não faz diferença para mim. O que importa é jogar com a bola dourada na final", disse o milanista Kaká, referindo-se ao modelo que vai ser usado na decisão da Copa, em 9 de julho, em Berlim.


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