São Paulo, sábado, 26 de maio de 2007

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Carpegianinho faz estágio no Parque São Jorge e atua como conselheiro do pai

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Todo técnico que se preze tem seu auxiliar de confiança, seu escudeiro. Por onde quer que trabalhe. No Corinthians, Paulo César Carpegiani se dá ao luxo de ter dois, um oficial e um "oculto". O primeiro é Cláudio Duarte, quase que um segundo técnico nos treinos. Já o outro é Rodrigo Carpegiani, 31, filho do treinador corintiano, que atua no clube desde a contratação do atual comandante do time alvinegro.
Carpegianinho, como Rodrigo foi apelidado dentro do Parque São Jorge, é o mais discreto possível quando aparece em público no clube. Não entra no gramado para ajudar o pai a treinar o time, não usa uniforme nem recebe salários diretamente do Corinthians. Mas é figura constante no banco de reservas do estádio da Fazendinha, onde a equipe principal treina regularmente.
Pouca gente percebe sua presença, já que, sem uniforme que o identifique como membro da comissão técnica, ele é confundido com outras pessoas que freqüentam os treinamentos do Corinthians e os vêem ao lado do campo.
Entretanto o mais novo dos filhos de Carpegiani é, na prática, um membro da comissão técnica do Corinthians.
Uma espécie de sombra do pai em assuntos específicos na tarefa de treinador, Rodrigo Carpegiani viaja no ônibus do time para os jogos, participa das concentrações antes das partidas e auxilia o pai na preparação das preleções, como por exemplo da que seria mostrada aos atletas visando o confronto de hoje, no Morumbi, diante do Atlético-MG.
Mas a tarefa principal de Rodrigo talvez seja a mais condizente com sua situação de "invisibilidade" no clube.
Rodrigo age como uma espécie de espião dos adversários, observando-os. Ele ajuda seu pai a entender melhor como armar seu time.
Carpegiani parece não se incomodar com a condição de seu filho no clube. "Quando fui contratado, avisei ao Corinthians que iria trazê-lo. Preciso de alguém que cuide disso [do computador] para mim. Antes, era outra pessoa quem fazia, mas ela foi trabalhar no Iraque", explica o técnico.
Apesar de ser considerado por Carpegiani como membro de fato da comissão corintiana, Rodrigo não recebe diretamente do clube. Ele é pago por seu pai, que repassa parte do salário de cerca de R$ 150 mil mensais que ganha no Corinthians. "A direção se ofereceu para pagar o dele. Mas eu não quis. Fui eu quem o trouxe. Ele está comigo. O desgaste é meu", afirma o técnico. "Não queria que ficasse nenhum tipo de dúvida sobre esse assunto", completa ele.
Rodrigo Carpegiani, no entanto, não se limita apenas a essas funções. Ele também faz as vezes de conselheiro do pai, ao lado de Cláudio Duarte, na hora de tecer impressões sobre a equipe corintiana. Ajuda a dirimir dúvidas táticas com suas opiniões. "Ele fala, ele conhece. Converso com ele e com o Cláudio sempre", admite Carpegiani.
O período em que estiver trabalhando no Corinthians também servirá ao filho do treinador como uma espécie de estágio. Alguma experiência à beira do campo ele já tem. Rodrigo desempenhou o cargo de técnico no RS Futebol, clube gaúcho que em 2006 jogou a Série C do Brasileiro.
O RS nasceu em 2001 como projeto pessoal de seu pai, para formar jogadores e lucrar com a venda deles, e tem como presidente seu irmão Fabiano Carpegiani. A equipe se gaba de ter revelado, entre outros atletas, o zagueiro Naldo, do alemão Werder Bremen.


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