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Carpegianinho faz estágio no Parque São Jorge e atua como conselheiro do pai
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Todo técnico que se preze
tem seu auxiliar de confiança,
seu escudeiro. Por onde quer
que trabalhe. No Corinthians,
Paulo César Carpegiani se dá
ao luxo de ter dois, um oficial e
um "oculto". O primeiro é
Cláudio Duarte, quase que um
segundo técnico nos treinos.
Já o outro é Rodrigo Carpegiani, 31, filho do treinador corintiano, que atua no clube desde
a contratação do atual comandante do time alvinegro.
Carpegianinho, como Rodrigo foi apelidado dentro do
Parque São Jorge, é o mais discreto possível quando aparece
em público no clube. Não entra no gramado para ajudar o
pai a treinar o time, não usa
uniforme nem recebe salários
diretamente do Corinthians.
Mas é figura constante no banco de reservas do estádio da
Fazendinha, onde a equipe
principal treina regularmente.
Pouca gente percebe sua
presença, já que, sem uniforme que o identifique como
membro da comissão técnica,
ele é confundido com outras
pessoas que freqüentam os
treinamentos do Corinthians e
os vêem ao lado do campo.
Entretanto o mais novo dos
filhos de Carpegiani é, na prática, um membro da comissão
técnica do Corinthians.
Uma espécie de sombra do
pai em assuntos específicos na
tarefa de treinador, Rodrigo
Carpegiani viaja no ônibus do
time para os jogos, participa
das concentrações antes das
partidas e auxilia o pai na preparação das preleções, como
por exemplo da que seria mostrada aos atletas visando o
confronto de hoje, no Morumbi, diante do Atlético-MG.
Mas a tarefa principal de Rodrigo talvez seja a mais condizente com sua situação de "invisibilidade" no clube.
Rodrigo age como uma espécie de espião dos adversários,
observando-os. Ele ajuda seu
pai a entender melhor como
armar seu time.
Carpegiani parece não se incomodar com a condição de
seu filho no clube. "Quando fui
contratado, avisei ao Corinthians que iria trazê-lo. Preciso de alguém que cuide disso
[do computador] para mim.
Antes, era outra pessoa quem
fazia, mas ela foi trabalhar no
Iraque", explica o técnico.
Apesar de ser considerado
por Carpegiani como membro
de fato da comissão corintiana,
Rodrigo não recebe diretamente do clube. Ele é pago por
seu pai, que repassa parte do
salário de cerca de R$ 150 mil
mensais que ganha no Corinthians. "A direção se ofereceu
para pagar o dele. Mas eu não
quis. Fui eu quem o trouxe. Ele
está comigo. O desgaste é
meu", afirma o técnico. "Não
queria que ficasse nenhum tipo de dúvida sobre esse assunto", completa ele.
Rodrigo Carpegiani, no entanto, não se limita apenas a
essas funções. Ele também faz
as vezes de conselheiro do pai,
ao lado de Cláudio Duarte, na
hora de tecer impressões sobre a equipe corintiana. Ajuda
a dirimir dúvidas táticas com
suas opiniões. "Ele fala, ele conhece. Converso com ele e
com o Cláudio sempre", admite Carpegiani.
O período em que estiver
trabalhando no Corinthians
também servirá ao filho do
treinador como uma espécie
de estágio. Alguma experiência à beira do campo ele já tem.
Rodrigo desempenhou o cargo
de técnico no RS Futebol, clube gaúcho que em 2006 jogou
a Série C do Brasileiro.
O RS nasceu em 2001 como
projeto pessoal de seu pai, para
formar jogadores e lucrar com
a venda deles, e tem como presidente seu irmão Fabiano
Carpegiani. A equipe se gaba
de ter revelado, entre outros
atletas, o zagueiro Naldo, do
alemão Werder Bremen.
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