São Paulo, quinta-feira, 26 de maio de 2011

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JUCA KFOURI

A arte em jogo


Neste sábado se decide um título em Wembley, não um estilo e muito menos o melhor time


DESDE 1966, quando o futebol-força da Inglaterra ganhou sua primeira e única Copa do Mundo, num torneio em que as arbitragens foram despudoramente generosas com os anfitriões, ouço dizer que ali inaugurou-se um novo jeito de jogar futebol.
O que não foi verdade nem ali nem na Copa seguinte, quando o futebol-arte do Brasil retomou a hegemonia do futebol mundial.
Quatro anos depois, a Laranja Mecânica holandesa era tão encantadora que não deveria deixar dúvida sobre que estilo de jogo é melhor, mas o competente, pragmático, forte e competitivo futebol alemão levou a melhor.
Em 1978, na Argentina, embora o time da casa fosse bom, e a Holanda, sem Cruyff, menos brilhante, o triunfo foi mesmo dos generais, numa Copa para se esquecer pelo clima pesado com cheiro de sangue e gritos de tortura, obra de João Havelange.
Mas veio 1982, e a derrota brasileira decretou definitivamente, para muitos, que o romantismo tinha acabado, prejuízo do qual jamais o futebol se recuperaria. Desnecessário apontar o novo exagero.
E, daquela Copa no demolido Sarriá, dá-se aqui um salto de quase 30 anos para o novo Wembley, onde, sábado, Barcelona e Manchester United decidem a Copa dos Campeões da Europa.
Nenhum resultado será surpreendente, e a vitória inglesa é tão possível como a espanhola, embora se jogarem dez vezes entre si pelo menos em seis oportunidades os catalães vencerão, talvez perdendo duas vezes.
Mestre Tostão já tratou adequadamente dos porquês -ele que também gosta de boa prosa e poesia e indica com sabedoria a recente, e excelente, obra de José Paulo Cavalcanti Filho, "Fernando Pessoa: uma (Quase) Biografia", pela Record.
Em resumo, para nós, "tudo vale a pena se a alma não é pequena", como são grandes as de Andrés Iniesta, Xavi e Lionel Andrés Messi!
Sim, trata-se de uma questão ideológica.

OURO DE PEQUIM
Que os chineses já chegaram não é novidade para ninguém. E que estão investindo pesado no Brasil também é sabido.
O que se guarda ainda com recato é que o PC do B, que um dia seguiu a linha chinesa para depois enamorar-se pela albanesa e hoje joga o jogo do pragmatismo cínico, é uma das portas de entrada do ouro amarelo.
O que explica do novo Código Florestal ao aparelhamento do esporte nacional.

blogdojuca@uol.com.br


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