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VÔLEI
Atleta, ouro nos Jogos de Barcelona-92, não concordava com treinador Lattari, que o queria fora de sua posição
Marcelo Negrão sai da seleção brasileira
LUÍS CURRO
da Reportagem Local
O atacante Marcelo Negrão, 24,
pediu dispensa da seleção brasileira na madrugada de ontem, pouco
depois de a equipe ter derrotado a
Argentina na Liga Mundial.
O jogador deixa a seleção por
não concordar com a decisão do
técnico Radamés Lattari de aproveitá-lo fora de sua posição de origem -na diagonal do levantador,
chamada de "oposto" no vôlei.
Lattari preferiu utilizar Max, que
se destacou como oposto, no Report/Suzano, na última Superliga.
"Fui para jogar na minha posição, na qual me realizei a vida inteira e onde posso defender a seleção melhor", afirmou Negrão, ontem à tarde, já em São Paulo.
"Só que me colocaram numa
posição de passador. Falava, a cada dia, que não estava me adaptando. É como, no futebol, colocar
um atacante para jogar na zaga."
"Quando a equipe se reuniu pela
primeira vez, o Radamés avisou
que usaria o Max como oposto e
faria a tentativa com o Marcelo
Negrão na entrada da rede", disse
Sami Mehlinsky, chefe da delegação brasileira em Mar del Plata.
"A seleção brasileira não é brincadeira, não é para se fazer experiências", rebateu Negrão.
"Ele me procurou após o jogo e
pediu a renúncia da seleção. Tentei
falar para ele da importância de estar no grupo, mas ele já veio com a
idéia formada. Isso é mau, porque
a seleção é o espelho do atleta",
afirmou Mehlinsky.
"Para ficar descontente, prefiro
sair. Não é abandono, mas as coisas estavam ficando ruins para o
meu lado. Volto quando me quiserem como oposto", disse Negrão.
Ouro
Negrão foi titular da seleção brasileira que conquistou em 1992,
sob a direção do técnico José Roberto Guimarães, a medalha de
ouro nos Jogos de Barcelona.
Na última temporada da Superliga, também com Zé Roberto no
comando, defendeu o Banespa.
Foi um dos líderes de uma equipe
reformulada e terminou com o vice-campeonato.
Atualmente, vive na incerteza de
continuar ou não no clube, que
ainda não sabe se receberá verba
do banco e corre o risco de ter a
equipe desmanchada.
Virada
No primeiro set da partida de sábado à noite, com Negrão em quadra, o Brasil perdeu por 16 a 14.
No segundo, Lattari sacou Negrão e colocou Nalbert. O levantador titular Marcelo Elgarten também saiu, dando lugar a Ricardinho. A seleção melhorou e venceu
os três sets seguintes (15/13, 15/13 e
15/8), fechando o jogo.
Na noite de ontem, Brasil e Argentina voltariam a se enfrentar
pelo Grupo A da Liga. A partida
não havia terminado até o fechamento desta edição.
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