São Paulo, quarta-feira, 26 de junho de 2002

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SEMIFINAIS/ ONTEM

Time decide Copa do Mundo tendo sofrido só 1 gol em seis jogos no torneio

Defesa alemã iguala recorde e empurra seleção à final

PAULO COBOS
ROBERTO DIAS
ENVIADOS ESPECIAIS A SEUL

A Alemanha vai à final, e leva para a decisão uma defesa que igualou um recorde histórico.
Com a vitória por 1 a 0 sobre a Coréia do Sul na semifinal, os alemães completaram suas seis primeiras partidas na Copa tendo sofrido um único gol, da Irlanda, na primeira fase. A média, de 0,17 por jogo, é a mesma da Holanda no caminho para a final de 1974.
"Nós tomamos um gol em seis jogos, e isso diz tudo", afirmou o volante Hamann sobre a defesa.
Ontem, em Seul, a Alemanha alterou sua zaga. Trocou a linha de três jogadores atrás pelo 4-4-2.
"Foi o nosso forte. Temos ido bem com três zagueiros, mas é diferente para cada jogo. Mostramos que podemos ser flexíveis com nossa estratégia de jogo", disse o defensor Metzelder.
O time alemão, que chega à sua sétima final de Copa do Mundo, superou ontem também uma multidão de 65 mil sul-coreanos.
Mesmo com o volume da torcida estampado no placar (que tinha uma espécie de "termômetro" da gritaria), o goleiro Oliver Kahn pediu para começar defendendo bem diante dos Red Devils, a grande torcida organizada do rival, postada atrás de seu gol.
Neste primeiro tempo, os dois times fizeram um duelo equilibrado, sobretudo porque as duas defesas estiveram bem.
A balança mudou a favor dos alemães quando Choi Jin-Cheul, que havia se contundido em no primeiro tempo, saiu do campo 11 minutos após o intervalo.
A defesa sul-coreana perdeu a sintonia, abrindo espaço para os alemães mais que dobrassem o número de finalizações no segundo tempo, chegando a 17.
Quem se aproveitou mesmo foi Ballack, que marcou o gol que decidiu o jogo. Um cruzamento rasteiro de Neuville pegou o meia tão livre dentro da área que ele pôde chutar primeiro com o pé direito e, após a defesa de Lee Woon-jae, com o esquerdo, para marcar.
"Acho que nossos zagueiros cometeram alguns erros hoje", afirmou o volante Yoo Sang-chul.
A vitória sobre os sul-coreanos foi o sexto capítulo de uma campanha em que a Alemanha enfrentou times das cinco confederações que estão na Copa.
No mata-mata, três vitórias por 1 a 0 bastaram para os alemães manterem uma escrita que eles próprios inauguraram em 1954: desde então, sempre há ao menos uma seleção européia na final. No domingo, o time de Ballack, que antes do torneio estava bem distante das listas de favoritos, vai buscar seu quarto título.
Já o técnico Rudi Vöeller, que assumiu o comando de forma interina e surpreendentemente acabou permanecendo, tenta igualar um feito alcançado apenas por Franz Beckenbauer e Mario Jorge Lobo Zagallo: ser campeão mundial como jogador e treinador.
Para o atacante Klose, que uma atuação apagada ontem, a final será um capítulo da disputa pela artilharia. Ele está empatado com Rivaldo e Ronaldo -cinco gols.
De qualquer forma, Klose, uma revelação de 24 anos, já simboliza uma história de sucesso para os alemães. Esta é a primeira vez na história que um futuro organizador do Mundial consegue colocar sua seleção na final da edição anterior à que irá abrigar. Para quem mandou à Ásia uma equipe renovada, de forma a se preparar para o torneio em casa, o domingo promete, e 2006 também.



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