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Seleção pega
rota mais fácil
até a decisão
Em teoria, Holanda é o principal adversário no caminho até a final
DOS ENVIADOS A DURBAN
O primeiro lugar do Grupo
G deu ao Brasil um caminho
teoricamente mais fácil até a
final da Copa do Mundo.
A chave brasileira prevê
partidas contra alguns rivais
de pouca tradição até as semifinais e o cruzamento com
as campeãs mundiais Argentina, Alemanha ou Inglaterra
somente na decisão.
Além de enfrentar o Chile
nas oitavas de final, na segunda-feira, em Johannesburgo, os brasileiros teriam
seu confronto mais difícil antes da final nas quartas, se a
Holanda bater a Eslováquia.
Historicamente, porém, os
europeus têm retrospecto negativo contra o Brasil em Copas. Os holandeses superaram os brasileiros em 1974,
mas caíram nos dois últimos
confrontos. Em 1994, nas
quartas, após um 3 a 2, e em
1998, nas semifinais, com
uma derrota nos pênaltis.
Se chegarem até as semifinais, os brasileiros enfrentarão Uruguai, EUA, Gana ou
Coreia do Sul. Somente o primeiro, bicampeão, tem tradição em Copas do Mundo.
O caminho brasileiro, porém, não empolga o técnico
Dunga. Na visão dele, equipes tradicionais já não fazem
mais diferença no Mundial.
"A gente brinca que o futebol é uma caixinha de surpresas e hoje não tem surpresa. Os melhores estão aqui, o
futebol está globalizado",
afirmou ele, ao comentar as
eliminações de França e Itália, a atual campeã mundial,
ainda na primeira fase.
"Nós, que vivemos no futebol, temos que deixar de lado
esse negócio de tradição. Já
foi a época em que o time
olhava para o lado, via o time
de tradição e corria. Hoje todo treinador vai fazer curso
fora, na Europa, tem os mesmos treinamentos e as mesmas informações. Os times
de tradição têm que abrir os
olhos", prega Dunga.
Segundo o treinador brasileiro, o Mundial sul-africano
se caracteriza pela "organização tática" das equipes.
Por essa razão, avalia Dunga,
as seleções têm tido pouco
espaço para trabalhar a bola
e construir as jogadas.
"Todas as equipes, quando estão sem a bola, voltam
para marcar. A Nova Zelândia não é tradicional, mas
conseguiu três empates. Não
perdeu, está de parabéns. A
gente gosta de falar do passado, mas não era assim também. Não tinha muitos gols",
afirmou o treinador gaúcho.
Dunga tem repetido que,
nesta Copa, se aparecer uma
chance de gol, ela deve ser
aproveitada. "Porque não
haverá muitas."
(EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO
COBOS E SÉRGIO RANGEL)
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