São Paulo, sábado, 26 de junho de 2010

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Imprevisível, Chile perde e pega Brasil

Com tática ofensiva e por vezes parecendo bagunçado, time sofre 2 gols da Espanha e fica em 2º no Grupo H

Chile 1
Millar, aos 2min do 2º tempo
Espanha 2
Villa, aos 24min, e Iniesta, aos 37min do 1º tempo

RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A PRETÓRIA

Início do segundo tempo. Com um jogador a menos do que a Espanha, o técnico do Chile, Marcelo "Loco" Bielsa, tira o meia Valdivia e coloca o volante Millar. Teoricamente, reforçava a defesa.
Só que em pouco tempo o substituto se posiciona como meia ofensivo. Às vezes, até de centroavante, função em que fez o gol da sua seleção.
Foi um retrato do atual Chile, com sua fórmula que pode ser vista como uma revolução ofensiva ou uma bagunça tática, dependendo do olhar do observador.
Foi dessa forma que o time perdeu da Espanha (2 a 1), ficou em segundo no Grupo H e se tornou o adversário do Brasil nas oitavas de final.
Desde o início, o Chile pressionou os espanhóis com marcação no ataque. Mas perdeu chances, um jogador e passou a ser dominado pelo toque de bola rival.
"Hoje [ontem], tivemos um adversário com grande capacidade de criar jogadas. Mais baseado no conjunto do que no individual. Tivemos um exercício [para enfrentar o Brasil]", afirmou Bielsa.
O esquema priorizando o ataque era previsto, mas não o posicionamento de Valdivia como homem de área.
Também era esperada a falta de proteção à zaga chilena. Tanto que, aos 24min, Xabi Alonso lançou, o goleiro Bravo saiu até a intermediária para interceptar a bola, que sobrou para David Villa encobri-lo e fazer 1 a 0.

GIRO DE BOLA FÁCIL
O Chile já não mostrava fôlego para a marcação por pressão. E o toque de bola da Fúria resultou em um cruzamento de Villa para Iniesta fazer o segundo, aos 37min.
No mesmo lance, longe da bola, o espanhol Torres tropeçou em Estrada. Como o chileno já tinha amarelo, o árbitro decidiu expulsá-lo. Pouco antes, ignorara pênalti para os europeus.
Apesar da desvantagem numérica, os chilenos se mantiveram ofensivos para o segundo tempo, com Bielsa tendo promovido duas alterações. Só que o gol de Millar logo no início os fez recuar. Até porque os suíços apenas empatavam sem gols diante de Honduras, o que classificava Chile e Espanha. Se saísse apenas um gol da Suíça, não mudaria o panorama.
O time europeu também se acomodou, já que passava às oitavas na primeira posição.
"Festejamos a classificação, mas houve uma ambivalência porque perdemos o jogo", afirmou o técnico do Chile, falando sobre os sentimentos contraditórios dos chilenos durante a partida.
A ambivalência se via também nos seus jogadores em campo, já que um volante virou centroavante, e um atacante se tornou zagueiro.
Ao final da partida, Beausejour, que atuava como ponta esquerda no início, terminou como o jogador mais defensivo da linha chilena.


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