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Imprevisível, Chile perde e pega Brasil
Com tática ofensiva e por vezes parecendo bagunçado, time sofre 2 gols da Espanha e fica em 2º no Grupo H
Chile 1
Millar, aos 2min do 2º tempo
Espanha 2
Villa, aos 24min, e Iniesta, aos
37min do 1º tempo
RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A PRETÓRIA
Início do segundo tempo.
Com um jogador a menos do
que a Espanha, o técnico do
Chile, Marcelo "Loco" Bielsa,
tira o meia Valdivia e coloca o
volante Millar. Teoricamente, reforçava a defesa.
Só que em pouco tempo o
substituto se posiciona como
meia ofensivo. Às vezes, até
de centroavante, função em
que fez o gol da sua seleção.
Foi um retrato do atual
Chile, com sua fórmula que
pode ser vista como uma revolução ofensiva ou uma bagunça tática, dependendo do
olhar do observador.
Foi dessa forma que o time
perdeu da Espanha (2 a 1), ficou em segundo no Grupo H
e se tornou o adversário do
Brasil nas oitavas de final.
Desde o início, o Chile
pressionou os espanhóis
com marcação no ataque.
Mas perdeu chances, um jogador e passou a ser dominado pelo toque de bola rival.
"Hoje [ontem], tivemos
um adversário com grande
capacidade de criar jogadas.
Mais baseado no conjunto do
que no individual. Tivemos
um exercício [para enfrentar
o Brasil]", afirmou Bielsa.
O esquema priorizando o
ataque era previsto, mas não
o posicionamento de Valdivia como homem de área.
Também era esperada a
falta de proteção à zaga chilena. Tanto que, aos 24min,
Xabi Alonso lançou, o goleiro
Bravo saiu até a intermediária para interceptar a bola,
que sobrou para David Villa
encobri-lo e fazer 1 a 0.
GIRO DE BOLA FÁCIL
O Chile já não mostrava fôlego para a marcação por
pressão. E o toque de bola da
Fúria resultou em um cruzamento de Villa para Iniesta
fazer o segundo, aos 37min.
No mesmo lance, longe da
bola, o espanhol Torres tropeçou em Estrada. Como o
chileno já tinha amarelo, o
árbitro decidiu expulsá-lo.
Pouco antes, ignorara pênalti para os europeus.
Apesar da desvantagem
numérica, os chilenos se
mantiveram ofensivos para o
segundo tempo, com Bielsa
tendo promovido duas alterações. Só que o gol de Millar
logo no início os fez recuar.
Até porque os suíços apenas
empatavam sem gols diante
de Honduras, o que classificava Chile e Espanha. Se
saísse apenas um gol da Suíça, não mudaria o panorama.
O time europeu também se
acomodou, já que passava às
oitavas na primeira posição.
"Festejamos a classificação, mas houve uma ambivalência porque perdemos o jogo", afirmou o técnico do
Chile, falando sobre os sentimentos contraditórios dos
chilenos durante a partida.
A ambivalência se via também nos seus jogadores em
campo, já que um volante virou centroavante, e um atacante se tornou zagueiro.
Ao final da partida, Beausejour, que atuava como
ponta esquerda no início, terminou como o jogador mais
defensivo da linha chilena.
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