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Uruguai e Coreia abrem mata-mata
Duelo hoje às 11h opõe sólida defesa sul-americana a ataque asiático com maior nº de gols em primeira fase
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A BLOEMFONTEIN
O duelo que abre as oitavas da Copa-2010, às 11h de
hoje, opõe uma camisa tradicional que busca reviver seu
passado glorioso apostando
numa defesa poderosa e uma
seleção emergente que tenta
se firmar como força mundial
colocando fichas no ataque.
Uruguai e Coreia do Sul
têm curvas totalmente diferentes em Mundiais.
Até 1982 (quando aumentou o número de participantes de 16 parar 24 países), os
uruguaios eram temidos, e os
sul-coreanos, menosprezados. Após sete Mundiais seguidos e uma semifinal no
currículo, a Coreia do Sul se
coloca em uma condição de
igualdade hoje contra os bicampeões mundiais.
Até esta Copa, o Uruguai
só tinha vencido um jogo no
torneio em 40 anos, prova da
decadência da Celeste.
Na contramão, a Coreia do
Sul eliminou poderosas seleções, como Itália e Espanha,
e ganhou confiança.
O segredo do sucesso uruguaio neste ano é a retaguarda, que ainda não foi vazada.
E a novidade sul-coreana é
o apetite ofensivo. O time fez
gol em todos os jogos e detém
sua melhor marca em primeira fase -cinco tentos.
Nas duas vezes em que o
Uruguai foi campeão mundial (1930 e 1950), passou pela primeira fase sem sofrer
gols, porém nas duas oportunidades fez menos jogos do
que na Copa africana.
O goleiro titular, Muslera,
já espreita, assim, todos os
recordes de invencibilidade
da seleção uruguaia.
O arqueiro precisa ficar
hoje apenas sete minutos
sem ser vazado para igualar a
marca de Mazurkiewicz sem
levar gols em Copas -277 minutos entre 1966 e 1970.
Ele já é o primeiro goleiro
uruguaio a ficar três jogos seguidos em Copas sem ser vazado. "Obviamente, estar à
altura de Mazurkiewicz é um
orgulho. E manter no zero o
arco do Uruguai é um espetáculo", falou Muslera.
"Esperamos que a defesa
continue assim", afirmou Lugano, zagueiro e capitão.
Se no Uruguai a retaguarda não é problema, na Coreia
do Sul é exatamente esse o
setor que preocupa. "Temos
que reduzir os erros, especialmente na defesa", declarou Park Ji-sung, meia-atacante do Manchester United.
"O primeiro objetivo foi
cumprido. É a primeira vez
que passamos às oitavas fora
de casa. Mas os jogadores
querem mais", concluiu.
Aliás, um clube europeu
tem atletas nas duas seleções. Sinal dos tempos, o Monaco conta com um volante
uruguaio (Diego Pérez) e um
atacante sul-coreano (Park
Chu-young).
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