São Paulo, sábado, 26 de junho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Uruguai e Coreia abrem mata-mata

Duelo hoje às 11h opõe sólida defesa sul-americana a ataque asiático com maior nº de gols em primeira fase

RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A BLOEMFONTEIN

O duelo que abre as oitavas da Copa-2010, às 11h de hoje, opõe uma camisa tradicional que busca reviver seu passado glorioso apostando numa defesa poderosa e uma seleção emergente que tenta se firmar como força mundial colocando fichas no ataque.
Uruguai e Coreia do Sul têm curvas totalmente diferentes em Mundiais.
Até 1982 (quando aumentou o número de participantes de 16 parar 24 países), os uruguaios eram temidos, e os sul-coreanos, menosprezados. Após sete Mundiais seguidos e uma semifinal no currículo, a Coreia do Sul se coloca em uma condição de igualdade hoje contra os bicampeões mundiais.
Até esta Copa, o Uruguai só tinha vencido um jogo no torneio em 40 anos, prova da decadência da Celeste.
Na contramão, a Coreia do Sul eliminou poderosas seleções, como Itália e Espanha, e ganhou confiança.
O segredo do sucesso uruguaio neste ano é a retaguarda, que ainda não foi vazada.
E a novidade sul-coreana é o apetite ofensivo. O time fez gol em todos os jogos e detém sua melhor marca em primeira fase -cinco tentos.
Nas duas vezes em que o Uruguai foi campeão mundial (1930 e 1950), passou pela primeira fase sem sofrer gols, porém nas duas oportunidades fez menos jogos do que na Copa africana.
O goleiro titular, Muslera, já espreita, assim, todos os recordes de invencibilidade da seleção uruguaia.
O arqueiro precisa ficar hoje apenas sete minutos sem ser vazado para igualar a marca de Mazurkiewicz sem levar gols em Copas -277 minutos entre 1966 e 1970.
Ele já é o primeiro goleiro uruguaio a ficar três jogos seguidos em Copas sem ser vazado. "Obviamente, estar à altura de Mazurkiewicz é um orgulho. E manter no zero o arco do Uruguai é um espetáculo", falou Muslera.
"Esperamos que a defesa continue assim", afirmou Lugano, zagueiro e capitão.
Se no Uruguai a retaguarda não é problema, na Coreia do Sul é exatamente esse o setor que preocupa. "Temos que reduzir os erros, especialmente na defesa", declarou Park Ji-sung, meia-atacante do Manchester United.
"O primeiro objetivo foi cumprido. É a primeira vez que passamos às oitavas fora de casa. Mas os jogadores querem mais", concluiu.
Aliás, um clube europeu tem atletas nas duas seleções. Sinal dos tempos, o Monaco conta com um volante uruguaio (Diego Pérez) e um atacante sul-coreano (Park Chu-young).


Texto Anterior: Eliminação faz justiça para Suíça e Honduras
Próximo Texto: Algoz do Brasil em 50 recebe homenagem
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.