São Paulo, sábado, 26 de junho de 2010

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Norte-americanos se rendem ao soccer e querem outra Copa

Melhora da equipe nacional e aumento da presença latina ajudam a explicar interesse

CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK

Ainda que não passem das oitavas, hoje, os EUA já terão batido ao menos um recorde: o de interesse pelo soccer, considerado sem precedentes na história do esporte.
Diversas teorias estão por trás do fenômeno: o aumento do número de imigrantes no país, o amadurecimento da geração que acompanhou a Copa de 1994, nos EUA, e até a noção de competição.
""Para o bem e para o mal, os EUA sempre foram o centro do universo, em esporte, cultura ou política", afirmou Don Garber, presidente da liga americana de soccer, para a revista "Time". "Então faz sentido que, conforme o futebol cresça para se tornar um verdadeiro esporte global, os EUA peguem o bonde."
O ex-presidente Bill Clinton, que acompanhou no estádio a partida contra a Argélia, na qual os EUA fizeram gol salvador nos acréscimos, foi mais diplomático ao teorizar sobre a disparada do interesse norte-americano.
"Acho que a grande questão no mundo todo hoje é que há algumas forças nos juntando e outras nos separando. E você quer que aquelas que nos unem triunfem sobre as que nos separam."
Segundo o jornal "Washington Post", ele deixou o estádio sem voz e, no dia seguinte, perguntou onde poderia comprar uma vuvuzela. Clinton defende que os EUA sediem mais uma Copa.
Para Bill Hofheimer, diretor de comunicação da ESPN, que detém os direitos de exibição da Copa nos EUA, o interesse "sem precedentes" pelo esporte deve-se à "convergência de muitos fatores".
"Os EUA têm uma crescente população hispânica, que é muito apaixonada pelo futebol. E têm ainda uma nova geração de fãs jogando e crescendo com o esporte."
Ele atribui o novo patriotismo também à melhora da seleção dos EUA e aos esforços da liga de soccer, que tem pouco mais de 15 anos.
Em um país que se divide entre os "winners" (vencedores) e os "losers" (perdedores), o objetivo final é um só: sagrar-se campeão de uma Copa do Mundo. Mesmo que não seja a de 2010.


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