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Norte-americanos
se rendem ao soccer e querem outra Copa
Melhora da equipe nacional e aumento da presença latina ajudam a explicar interesse
CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK
Ainda que não passem das
oitavas, hoje, os EUA já terão
batido ao menos um recorde:
o de interesse pelo soccer,
considerado sem precedentes na história do esporte.
Diversas teorias estão por
trás do fenômeno: o aumento
do número de imigrantes no
país, o amadurecimento da
geração que acompanhou a
Copa de 1994, nos EUA, e até
a noção de competição.
""Para o bem e para o mal,
os EUA sempre foram o centro do universo, em esporte,
cultura ou política", afirmou
Don Garber, presidente da liga americana de soccer, para
a revista "Time". "Então faz
sentido que, conforme o futebol cresça para se tornar um
verdadeiro esporte global, os
EUA peguem o bonde."
O ex-presidente Bill Clinton, que acompanhou no estádio a partida contra a Argélia, na qual os EUA fizeram
gol salvador nos acréscimos,
foi mais diplomático ao teorizar sobre a disparada do interesse norte-americano.
"Acho que a grande questão no mundo todo hoje é que
há algumas forças nos juntando e outras nos separando. E você quer que aquelas
que nos unem triunfem sobre
as que nos separam."
Segundo o jornal "Washington Post", ele deixou o
estádio sem voz e, no dia seguinte, perguntou onde poderia comprar uma vuvuzela.
Clinton defende que os EUA
sediem mais uma Copa.
Para Bill Hofheimer, diretor de comunicação da ESPN,
que detém os direitos de exibição da Copa nos EUA, o interesse "sem precedentes"
pelo esporte deve-se à "convergência de muitos fatores".
"Os EUA têm uma crescente população hispânica, que
é muito apaixonada pelo futebol. E têm ainda uma nova
geração de fãs jogando e
crescendo com o esporte."
Ele atribui o novo patriotismo também à melhora da
seleção dos EUA e aos esforços da liga de soccer, que tem
pouco mais de 15 anos.
Em um país que se divide
entre os "winners" (vencedores) e os "losers" (perdedores), o objetivo final é um
só: sagrar-se campeão de
uma Copa do Mundo. Mesmo
que não seja a de 2010.
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