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Maradona ensaia a sua democracia
Treinador da Argentina ouve seus auxiliares antes de tomar decisões, mas se gaba de ter as melhores ideias
DO ENVIADO A PRETÓRIA
Defensor da ditadura cubana, Diego Maradona implantou uma "democracia" à
frente da Argentina. Tem ouvido várias vozes antes de tomar decisões sobre o time.
É escutando conselhos
que decidirá a escalação contra o México, nas oitavas de
final, amanhã. Há chance de
duas mudanças em relação à
escalação titular da estreia.
Ontem, o time começou o
treino com a equipe que enfrentou a Nigéria, considerada titular. Mas, depois, entraram Otamendi na lateral direita e Maxi Rodríguez no
meio-campo, com as saídas
de Jonás Gutiérrez e Verón,
respectivamente.
As escalações e substituições de Maradona são discutidas com seus auxiliares
Mancuso e Negro Enrique.
Foi assim quando Palermo
entrou em campo diante da
Grécia. E marcou um gol.
"Estávamos conversando
nós, os três técnicos. Mancuso e Henrique queriam Higuaín. Eu ouvi e, depois, disse: "Me tragam Martín [Palermo]'", contou o treinador.
Outro interlocutor do treinador é o volante Verón. Com
35 anos, ele foi decisivo para
a ausência de Cambiasso,
seu desafeto, na Copa.
Mas pode ser substituído
por Maxi Rodríguez porque o
treinador também leva em
conta fatores extracampo,
como superstições. Maxi fez
o gol contra o México que
classificou a Argentina nas
oitavas da Copa de 2006.
"Aquele gol foi lindo. Mas
a história é diferente neste jogo porque os times são diferentes", afirmou Maxi.
Maradona é tão aberto a
opiniões que admitiu ouvir
conselhos até de quem nem
faz parte da delegação argentina no Mundial sul-africano.
Em entrevista ao jornal
"La Nación", disse ter estabelecido boa relação com o técnico José Mourinho.
"Me parece uma pessoa
para levar a uma mesa de luz
e perguntar quando for necessário: "O que fazer com isso, o que fazer com aquilo?".
Tenho o telefone e posso ligar", afirmou, sobre um possível conselho do português
para jogos do Mundial.
A abertura de Maradona
para ouvir conselhos tem relação com seu aprendizado
como treinador. Afinal, assumiu a Argentina sem nenhuma experiência no cargo.
Apesar da "democracia"
vivida entre os argentinos, o
técnico não abre mão de ser a
estrela. Ao explicar como escolhiam jogadas ensaiadas,
declarou que assistia a vídeos dos adversários com
seus auxiliares. E que todos
dão ideias. Mas que aquelas
que têm maior destaque costumam sair da sua cabeça.
(RODRIGO MATTOS)
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