São Paulo, quarta-feira, 26 de julho de 2000


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FUTEBOL
Rivais têm média de 2,8 gols marcados por partida contra 1,2 do Brasil
Insaciável, Bielsa procura melhorar ataque argentino

DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo com um ataque mais eficiente que o da seleção brasileira, o técnico da Argentina, Marcelo Bielsa, tem como uma de suas principais preocupações na partida de hoje, no Morumbi, corrigir os erros cometidos por seu time nas finalizações.
A Argentina tem uma média de 44,3% de acerto nas conclusões das jogadas, segundo o Datafolha. Esse índice é melhor que o dos brasileiros. A equipe de Wanderley Luxemburgo acerta em média 34,2% das suas finalizações.
A diferença é ainda maior em relação ao número de gols feitos pelos times nos cinco jogos de cada um até agora nas eliminatórias. A Argentina marcou 14 gols (média de 2,8 por jogo) contra apenas seis do Brasil (média de 1,2).
Mas para Bielsa seu time está longe de um rendimento ideal. "Precisamos aumentar a porcentagem de aproveitamento das chances criadas. Jogar bem não significa apenas criar muitas oportunidades. É preciso fazer gols em uma boa proporção", afirmou o treinador argentino.
O atacante Batistuta não poderá ajudar a melhorar o desempenho ofensivo. Machucado, ele fica fora da partida de hoje.
A sua ausência está dando mais espaço ao atacante Crespo, confirmado como titular. Recém-contratado pela Lazio (Itália), a sua contração é a segunda mais cara do futebol mundial. O Parma (Itália) recebeu US$ 54,1 milhões para liberá-lo ao rival.
Apenas o meia português Figo, que jogava pelo Barcelona e foi contratado pelo Real Madrid por US$ 56,1 milhões, custou mais que o atacante argentino.
Crespo será o principal responsável por melhorar ainda mais o aproveitamento do ataque argentino ao lado de López.
Os dois terão o apoio de Ortega, que além de armar as jogadas vai ajudar nas finalizações, de acordo com o técnico Bielsa.
Prometendo uma equipe ofensiva, ele descarta a entrada de Almeyda, que poderia reforçar a marcação da seleção argentina.
Outro defeito detectado por Bielsa no time argentino, invicto nas eliminatórias, é a falta de regularidade durante os jogos.
Em sua opinião, a equipe não consegue manter o mesmo ritmo durante a maior parte da partida.
"Esperamos que a conduta da equipe não varie durante o jogo. Temos que manter a mesma mobilidade e o mesmo poder de recuperação de bola durante toda a partida", afirmou o técnico.
O treinador aposta no entrosamento de sua equipe para sair do Morumbi com um resultado positivo. Apenas Batistuta não participou dos cinco jogos feitos pela equipe até agora.
Apesar de enxergar falhas, o técnico não pensa em fazer mudanças. "Em alguns jogos as coisas saíram bem para nós e em outros não. Mas penso que a idéia está muito desenvolvida para fazermos mudanças. Temos que trabalhar agora para corrigir os serros."
Apesar de seu time ter vencido todos os jogos na disputa até agora, vivendo uma situação bem diferente da enfrentada por Luxemburgo, Bielsa também tem sofrido algumas críticas na Argentina.
A principal reclamação é que ele teria feito o time jogar num estilo mais semelhante ao das seleções européias, valorizando ainda mais a marcação.
"Esse é um ponto de vista que contém elogio e crítica. Temos que manter o que representa elogio e corrigir os outros pontos."
Os argentinos têm uma média de desarmes por partida melhor que a dos os brasileiros. O Brasil desarma o adversário 136,8 vezes por jogo contra uma média de 141,4 dos rivais.
Além disso, os argentinos cometem menos faltas que a equipe de Luxemburgo. Em média, os brasileiros fazem 26 faltas por jogo, enquanto a Argentina usa esse recurso 23,6 vezes.
Bielsa tem procurado evitar falar sobre os problemas do Brasil. Em suas entrevistas, ele prefere não comentar o fato de o adversário estar num momento delicado, precisando da vitória para evitar a a demissão de seu treinador.
"O que me preocupa é que a Argentina imponha o seu jogo. Esse é o nosso objetivo. Temos que nos preocupar apenas com os nossos interesses."


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