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FUTEBOL
Rivais têm média de 2,8 gols marcados por partida contra 1,2 do Brasil
Insaciável, Bielsa procura
melhorar ataque argentino
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo com um ataque mais
eficiente que o da seleção brasileira, o técnico da Argentina, Marcelo Bielsa, tem como uma de suas
principais preocupações na partida de hoje, no Morumbi, corrigir
os erros cometidos por seu time
nas finalizações.
A Argentina tem uma média de
44,3% de acerto nas conclusões
das jogadas, segundo o Datafolha.
Esse índice é melhor que o dos
brasileiros. A equipe de Wanderley Luxemburgo acerta em média
34,2% das suas finalizações.
A diferença é ainda maior em
relação ao número de gols feitos
pelos times nos cinco jogos de cada um até agora nas eliminatórias.
A Argentina marcou 14 gols (média de 2,8 por jogo) contra apenas
seis do Brasil (média de 1,2).
Mas para Bielsa seu time está
longe de um rendimento ideal.
"Precisamos aumentar a porcentagem de aproveitamento das
chances criadas. Jogar bem não
significa apenas criar muitas
oportunidades. É preciso fazer
gols em uma boa proporção",
afirmou o treinador argentino.
O atacante Batistuta não poderá
ajudar a melhorar o desempenho
ofensivo. Machucado, ele fica fora
da partida de hoje.
A sua ausência está dando mais
espaço ao atacante Crespo, confirmado como titular. Recém-contratado pela Lazio (Itália), a
sua contração é a segunda mais
cara do futebol mundial. O Parma
(Itália) recebeu US$ 54,1 milhões
para liberá-lo ao rival.
Apenas o meia português Figo,
que jogava pelo Barcelona e foi
contratado pelo Real Madrid por
US$ 56,1 milhões, custou mais
que o atacante argentino.
Crespo será o principal responsável por melhorar ainda mais o
aproveitamento do ataque argentino ao lado de López.
Os dois terão o apoio de Ortega,
que além de armar as jogadas vai
ajudar nas finalizações, de acordo
com o técnico Bielsa.
Prometendo uma equipe ofensiva, ele descarta a entrada de Almeyda, que poderia reforçar a
marcação da seleção argentina.
Outro defeito detectado por
Bielsa no time argentino, invicto
nas eliminatórias, é a falta de regularidade durante os jogos.
Em sua opinião, a equipe não
consegue manter o mesmo ritmo
durante a maior parte da partida.
"Esperamos que a conduta da
equipe não varie durante o jogo.
Temos que manter a mesma mobilidade e o mesmo poder de recuperação de bola durante toda a
partida", afirmou o técnico.
O treinador aposta no entrosamento de sua equipe para sair do
Morumbi com um resultado positivo. Apenas Batistuta não participou dos cinco jogos feitos pela
equipe até agora.
Apesar de enxergar falhas, o técnico não pensa em fazer mudanças. "Em alguns jogos as coisas
saíram bem para nós e em outros
não. Mas penso que a idéia está
muito desenvolvida para fazermos mudanças. Temos que trabalhar agora para corrigir os serros."
Apesar de seu time ter vencido
todos os jogos na disputa até agora, vivendo uma situação bem diferente da enfrentada por Luxemburgo, Bielsa também tem sofrido
algumas críticas na Argentina.
A principal reclamação é que ele
teria feito o time jogar num estilo
mais semelhante ao das seleções
européias, valorizando ainda
mais a marcação.
"Esse é um ponto de vista que
contém elogio e crítica. Temos
que manter o que representa elogio e corrigir os outros pontos."
Os argentinos têm uma média
de desarmes por partida melhor
que a dos os brasileiros. O Brasil
desarma o adversário 136,8 vezes
por jogo contra uma média de
141,4 dos rivais.
Além disso, os argentinos cometem menos faltas que a equipe
de Luxemburgo. Em média, os
brasileiros fazem 26 faltas por jogo, enquanto a Argentina usa esse
recurso 23,6 vezes.
Bielsa tem procurado evitar falar sobre os problemas do Brasil.
Em suas entrevistas, ele prefere
não comentar o fato de o adversário estar num momento delicado,
precisando da vitória para evitar a
a demissão de seu treinador.
"O que me preocupa é que a Argentina imponha o seu jogo. Esse
é o nosso objetivo. Temos que nos
preocupar apenas com os nossos
interesses."
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