São Paulo, quinta-feira, 26 de julho de 2001

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FUTEBOL

Jogadores, que enfrentam o Colo Colo pela Mercosul, unem-se a Ricardinho e já pensam no time sem Marcelinho

Elenco do Corinthians apóia Ricardinho

MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Os jogadores do Corinthians já decidiram: vão apoiar Ricardinho no caso da suposta mentira inventada por Marcelinho, em que o primeiro teria sido agredido por outros companheiros de equipe.
A decisão do grupo foi mantida mesmo após Marcelinho divulgar ontem em São Paulo -o meia-atacante está suspenso e por isso não viajou com a delegação corintiana para o Chile- um manifesto em que se descreve como "o suspeito de sempre, o mais fácil a ser incriminado, o mordomo das histórias policiais".
Marcelinho nega que tenha ligado para Aquiles Franzote, diretor da TV Bandeirantes, para contar que Ricardinho teria sido alvo de agressões por ser o dedo-duro do grupo na última sexta-feira.
Além de fechar com Ricardinho, que, segundo o técnico Wanderley Luxemburgo, "dá mais solidez ao time", o grupo que está em Santiago, onde o Corinthians faz hoje a sua estréia na Mercosul, decidiu deixar o problema -Marcelinho- em segundo plano, desprezando o manifesto do jogador.
Os jogadores querem provar para Antonio Roque Citadini, vice-presidente de futebol do clube, que acompanha a delegação, que podem vencer sem Marcelinho.
"Aqui ninguém está pensando nisso [no Marcelinho]. Vamos fazer um jogo importante pelo Corinthians, uma estréia de campeonato. É muito importante para o Corinthians ir bem na Mercosul, estamos empenhados só nisso", afirmou o zagueiro Batata, referindo-se à partida de hoje, contra o Colo Colo, em Santiago.
Citadini, com outras palavras, endossou o discurso de Batata.
"Estamos aqui [em Santiago] só pensando no Corinthians. Só depois, quando voltarmos [para o Brasil], vou pensar nesse caso. A diretoria está atenta e vai agir com seriedade no momento certo", disse o dirigente.
A postura dos corintianos é cada vez mais fria em relação a Marcelinho, apesar de alguns jogadores terem afirmado que querem ouvir a versão do meia-atacante.
A impressão é a de que, desta vez, a "história passou dos limites", como o próprio Marcelinho descreve a situação no manifesto entregue à imprensa.
Cabisbaixo, o jogador apareceu para treinar ontem de manhã no CT de Itaquera, mas não passou mais de 45 minutos em campo.
A assessoria informava que ele daria entrevista, mas o jogador foi embora sem falar com ninguém.
Nem o meia Marcelinho nem James Fernando Marques Arruda, seu assessor, responderam aos recados deixados em suas secretárias eletrônicas pela reportagem da Folha.
Os dois não deixaram claro, na nota divulgada, se o jogador vai tomar alguma atitude contra o diretor da TV Bandeirantes (Aquiles Franzote), que, apesar de não ser citado nominalmente, é acusado de ter caluniado o meia-atacante corintiano.
Daqui para frente, segundo a nota divulgada ontem, Marcelinho "só vai falar de futebol".
A dúvida, que só a diretoria corintiana pode responder, é se será sobre o Corinthians.


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