São Paulo, domingo, 26 de julho de 1998

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JUCA KFOURI
0 28º festival

Começou ontem o 28º festival de futebol que leva, indevidamente, desde 1971, o nome de Campeonato Brasileiro.
Porque campeonato é campeonato, quem faz mais pontos é o campeão, algo que não acontece necessariamente em nosso festival, que mistura fórmulas de campeonatos com fórmulas de copas, pontos corridos e mata-mata, agora ainda com a novidade dos playoffs. Em recorde digno de registro, teremos o 28º regulamento em 28 anos de disputa.
E o festival começa com pelo menos três favoritos destacados: o Vasco, último campeão, melhor time do país e praticamente com a Libertadores na estante; o São Paulo, campeão paulista e com a casa novamente em ordem, e o Cruzeiro, campeão mineiro e reforçado por Muller, sentida ausência na Copa da França.
Nada que o festival não possa desmentir, como é de praxe, quando se trata de futebol.
O fato de a seleção brasileira não ter voltado com o penta não deve ser desculpa para a previsível pouca presença de público, ao contrário.
A história mostra que quando a seleção volta campeã o torcedor fica exigente e esnoba o começo da competição seguinte. Quando não, aceita resignado o que lhe oferecem.
Já o excesso de televisionamento evidentemente estimulará o torcedor da poltrona.
A marcação de nada menos que seis clássicos estaduais para a primeira rodada é uma faca de dois gumes: pode trazer público, mas trará também crises para quem perder.
Seja como for, é o que temos, e, apesar de tudo, o festival do futebol vice-campeão mundial deve ser mais interessante que o Campeonato Francês, muito mais organizado.
Porque festivais de futebol, como a Copa, nem sempre têm como campeões os melhores, embora a seleção francesa tenha merecido o título que ganhou de cabo a rabo.
Mas alguém acha mesmo que o futebol francês é o primeiro do mundo?

A Casa Bandida diz que processará o dono da agência de turismo Imperial, que a responsabilizou pela falta de ingressos que vitimou milhares de torcedores brasileiros na França. A entidade garante que a tal da SBTR não é sua agência oficial, apenas lhe faz reservas de hotéis. Pois, então, deveria processar a SBTR, em cujos anúncios está escrito: "agência oficial da CBF".

Assim que Júnior Baiano pisou no Parque Antarctica, soaram festivamente as sirenes no Parque São Jorge.



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