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FUTEBOL
Atletas com bom desempenho nos campeonatos nacionais seguintes ao Mundial dão base à equipe brasileira
Brasileiro pós-Copa define nova seleção
da Reportagem Local
Um bom desempenho no Campeonato Brasileiro que começa
amanhã pode se tornar um passaporte para a Copa a ser disputada
daqui a quatro anos.
Análise feita com os atletas que
defenderam a seleção nos dois últimos Mundiais (94 e 98) mostra
que é melhor "aparecer" cedo.
Dos 37 jogadores que disputaram a Copa dos EUA ou a da França, 14 (38%) se destacaram pela
primeira vez em um Brasileiro três
ou quatro anos antes de disputar
seu primeiro Mundial.
Os destaques "precoces" superam em número os jogadores
"sensações", que apareceram em
cima da hora, ou seja, a um ou
dois anos da Copa (12, ou 32%).
O time da última Copa, por
exemplo, reunia o zagueiro Gonçalves e o meia Giovanni, destaques do Brasileiro de 95 (campeão
e vice, respectivamente), três anos
antes do Mundial na França.
Ricardo Rocha, zagueiro brasileiro nos Mundiais de 90 e 94, era
um dos astros do Guarani em 86.
Já Taffarel, Aldair, Bebeto e Jorginho, das seleções de 90 e 94 (os
três primeiros também jogaram
em 98), se revelaram em 87.
Paulo Sérgio, campeão pelo Corinthians em 90, acabou convocado para o Mundial de 94. Também
foram aos EUA seis destaques de
91: os são-paulinos campeões Zetti, Ronaldão, Leonardo e Raí, o vice Mauro Silva e Márcio Santos.
Mas nada impede que um astro
surgido na última hora acabe incluído na convocação para a Copa.
O maior exemplo é Ronaldinho,
desconhecido até setembro de 93,
quando estreou em Brasileiros,
defendendo o Cruzeiro.
Naquele ano, fez 12 gols e se tornou um dos destaques do torneio.
No ano seguinte, acabou integrando a equipe que conquistou o tetra
nos EUA. Transferiu-se para a Europa logo depois e nunca mais voltou a disputar um Brasileiro.
Já o goleiro Gilmar e o meia Zinho, por exemplo, campeões em
86 e em 87, respectivamente, só foram convocados para uma Copa
de 94, muito tempo depois de se
destacarem.
Nova safra
Uma das razões que elevam a
importância do Campeonato Brasileiro logo após a Copa é o processo de renovação natural que se
faz na seleção, especialmente em
caso de derrota no Mundial.
Neste ano, a renovação deve ser
ainda maior, pois jogadores importantes, como Dunga, Bebeto e
Taffarel, estão deixando lacunas
na seleção que deverão ser preenchidas por jovens jogadores.
A CBF ambiciona conquistar pela primeira vez a medalha de ouro
olímpica. A seleção deverá abrir
suas portas, portanto, para vários
jogadores com menos de 23 anos,
que defenderão a equipe no Torneio Pré-Olímpico.
As equipes que vão disputar o
Brasileiro deste ano têm, em média, 7,5 jogadores em seus elencos
nessa faixa de idade.
Jovens, como o flamenguista
Rodrigo, 22, o vascaíno Felipe, 20,
o corintiano Didi, 22, o são-paulino França, 22, e o palmeirense Roque Júnior, 21, devem aproveitar o
momento para chegar à seleção da
Copa de 2002.
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