São Paulo, domingo, 26 de julho de 1998

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FUTEBOL
Atletas com bom desempenho nos campeonatos nacionais seguintes ao Mundial dão base à equipe brasileira
Brasileiro pós-Copa define nova seleção

da Reportagem Local

Um bom desempenho no Campeonato Brasileiro que começa amanhã pode se tornar um passaporte para a Copa a ser disputada daqui a quatro anos.
Análise feita com os atletas que defenderam a seleção nos dois últimos Mundiais (94 e 98) mostra que é melhor "aparecer" cedo.
Dos 37 jogadores que disputaram a Copa dos EUA ou a da França, 14 (38%) se destacaram pela primeira vez em um Brasileiro três ou quatro anos antes de disputar seu primeiro Mundial.
Os destaques "precoces" superam em número os jogadores "sensações", que apareceram em cima da hora, ou seja, a um ou dois anos da Copa (12, ou 32%).
O time da última Copa, por exemplo, reunia o zagueiro Gonçalves e o meia Giovanni, destaques do Brasileiro de 95 (campeão e vice, respectivamente), três anos antes do Mundial na França.
Ricardo Rocha, zagueiro brasileiro nos Mundiais de 90 e 94, era um dos astros do Guarani em 86.
Já Taffarel, Aldair, Bebeto e Jorginho, das seleções de 90 e 94 (os três primeiros também jogaram em 98), se revelaram em 87.
Paulo Sérgio, campeão pelo Corinthians em 90, acabou convocado para o Mundial de 94. Também foram aos EUA seis destaques de 91: os são-paulinos campeões Zetti, Ronaldão, Leonardo e Raí, o vice Mauro Silva e Márcio Santos.
Mas nada impede que um astro surgido na última hora acabe incluído na convocação para a Copa.
O maior exemplo é Ronaldinho, desconhecido até setembro de 93, quando estreou em Brasileiros, defendendo o Cruzeiro.
Naquele ano, fez 12 gols e se tornou um dos destaques do torneio. No ano seguinte, acabou integrando a equipe que conquistou o tetra nos EUA. Transferiu-se para a Europa logo depois e nunca mais voltou a disputar um Brasileiro.
Já o goleiro Gilmar e o meia Zinho, por exemplo, campeões em 86 e em 87, respectivamente, só foram convocados para uma Copa de 94, muito tempo depois de se destacarem.

Nova safra
Uma das razões que elevam a importância do Campeonato Brasileiro logo após a Copa é o processo de renovação natural que se faz na seleção, especialmente em caso de derrota no Mundial.
Neste ano, a renovação deve ser ainda maior, pois jogadores importantes, como Dunga, Bebeto e Taffarel, estão deixando lacunas na seleção que deverão ser preenchidas por jovens jogadores.
A CBF ambiciona conquistar pela primeira vez a medalha de ouro olímpica. A seleção deverá abrir suas portas, portanto, para vários jogadores com menos de 23 anos, que defenderão a equipe no Torneio Pré-Olímpico.
As equipes que vão disputar o Brasileiro deste ano têm, em média, 7,5 jogadores em seus elencos nessa faixa de idade.
Jovens, como o flamenguista Rodrigo, 22, o vascaíno Felipe, 20, o corintiano Didi, 22, o são-paulino França, 22, e o palmeirense Roque Júnior, 21, devem aproveitar o momento para chegar à seleção da Copa de 2002.



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