São Paulo, Segunda-feira, 26 de Julho de 1999
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PAN-AMERICANO
Vanderlei Cordeiro conquista o ouro
Time da maratona obtém 3 medalhas

do enviado a Winnipeg


O Brasil mostrou que é mesmo bom na maratona, prova de 42,195 km, uma das mais nobres do atletismo. Colocou três atletas neste Pan, e os três subiram ao pódio ontem para receber medalhas de ouro (Vanderlei Cordeiro de Lima) e bronze (Éder Fialho e Viviany Anderson).
A melhor marca do mundo de todos os tempos nessa especialidade pertence a outro brasileiro: Ronaldo da Costa (2h06min05) registrada em agosto do ano passado, em Berlim, Alemanha. Por causa de uma contusão, que prejudicou seu treinamento, Ronaldo decidiu não participar do Pan.
Ex-bóia-fria em Cruzeiro do Oeste, no interior do Paraná, onde trabalhou em plantações de cana e algodão, Vanderlei, que no próximo dia 11 completa 30 anos, disse que a vitória no Pan estava nos seus planos porque é uma competição de prestígio, que ajuda a promover os atletas.
"Deixei de ganhar dinheiro em outras corridas, concentrando tudo no Pan", falou. Este ano, planeja correr outra maratona, em Fukuoka, Japão, em novembro.

Coelho
Vanderlei estreou em maratonas numa prova em Reims, na França, em 1994.
Na verdade, tinha uma função naquela oportunidade: era o "coelho", ou seja, atleta designado para correr na frente no início da disputa, determinando um ritmo forte de corrida para os participantes mais destacados. Mas não se cansou, manteve o ritmo e acabou cruzando a linha de chegada em primeiro lugar.
Ontem, ocorreu uma situação semelhante.
"Eu pretendia arrancar para a liderança no quilômetro 30. Como o ritmo estava fraco, antecipei e parti já na altura do quilômetro 22. Foi ousadia mudar a tática, mas deu certo", afirmou.
Antes do Pan, Vanderlei levou um susto. Uma contusão no tornozelo esquerdo -o mesmo problema que o tirou da disputa da última São Silvestre, corrida de 15 km por ruas de São Paulo- fez com que suspendesse os treinamentos. Embora recuperado, temia que as dores voltassem.
"Não me preocupei com o tempo. Com apenas dez competidores na prova, o importante era terminar a competição. Além disso, o vento estava forte", declarou.
Ontem, ele esperava conseguir completar o percurso em até 2h12min, mas em nenhum momento perdeu o controle da disputa. Sua melhor marca na distância é 2h08min31, registrada na Maratona de Tóquio.

Feminino
Na prova feminina, a brasileira Viviany Anderson despontava como favorita. O terceiro lugar, no entanto, não a decepcionou. Disse que o resultado foi um prêmio pelos três meses de treinos.
"Até o quilômetro 10, todas as corredoras estavam juntas. Senti muito o calor e a umidade do ar. Por isso, decidi segurar um pouco o ritmo. Valeu, porque me assegurou a medalha. Caso não tivesse feito isso, poderia não chegar ao final", afirmou.
A vencedora foi a chilena Erika Olivera, que cruzou a linha de chegada com o novo recorde do Pan: 2h37min41. Em segundo, ficou a colombiana Iglandi Gonzalez (2h40min06). Viviany garantiu o bronze com 2h40min55.


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