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CORTADA
Briga contra o tempo
CIDA SANTOS
Nestes anos 90, com a criação
de torneios anuais como a Liga
Mundial e o Grand Prix, competições como os Jogos Pan-Americanos perderam no vôlei a importância que tinham nas décadas anteriores. Prova maior disso é que no Pan-Americano de
95 o Brasil nem foi representado
pelas suas seleções principais.
Agora, nos Jogos de Winnipeg,
o vôlei brasileiro está com alguns desfalques, mas conta com
a maioria dos principais atletas
tanto no masculino como no feminino. Mesmo assim, a única
grande expectativa é para os
confrontos entre Brasil e Cuba.
As outras seleções não estão no
mesmo nível técnico.
No masculino, o Brasil começou bem: estreou com vitória sobre os cubanos. Nesta partida, o
técnico Radamés Lattari fez o
que poderia ter tentado na derrota para Cuba nas semifinais
da Liga. Ousou, mexeu na equipe e, com as alterações, virou o
placar. No feminino, o jogo com
as cubanas será quarta-feira.
No torneio, o que chama a
atenção é a persistência e a vontade de jogar de duas peruanas
de 35 anos: a levantadora Rosa
Garcia e a atacante Natália Malaga. Elas fizeram parte da geração da canhota Cecília Tait e do
paredão Gabriela Perez. Em
parte da década de 70 e nos anos
80, elas torturaram o Brasil.
O certo é que o Peru tinha um
grande time. Foi vice-campeão
mundial em 82 e vice-campeão
olímpico em 88 em uma das finais das eletrizantes do vôlei feminino contra a então URSS. Na
década de 90, a história mudou.
O Peru não conseguiu formar
outras gerações tão talentosas e
despencou no ranking. Tait, Gabriela Perez, Denise Fajardo já
há algum tempo fazem parte daquele retrato pendurado na parede. Rosa e Natália continuam
brigando contra o tempo. E fica
a pergunta: como as duas, que
viveram tantas glórias, têm conseguido permanecer nos últimos
anos jogando em uma seleção
tão frágil?
E-mail: cidasan@uol.com.br
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