São Paulo, Segunda-feira, 26 de Julho de 1999
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CORTADA
Briga contra o tempo

CIDA SANTOS
Nestes anos 90, com a criação de torneios anuais como a Liga Mundial e o Grand Prix, competições como os Jogos Pan-Americanos perderam no vôlei a importância que tinham nas décadas anteriores. Prova maior disso é que no Pan-Americano de 95 o Brasil nem foi representado pelas suas seleções principais.
Agora, nos Jogos de Winnipeg, o vôlei brasileiro está com alguns desfalques, mas conta com a maioria dos principais atletas tanto no masculino como no feminino. Mesmo assim, a única grande expectativa é para os confrontos entre Brasil e Cuba. As outras seleções não estão no mesmo nível técnico.
No masculino, o Brasil começou bem: estreou com vitória sobre os cubanos. Nesta partida, o técnico Radamés Lattari fez o que poderia ter tentado na derrota para Cuba nas semifinais da Liga. Ousou, mexeu na equipe e, com as alterações, virou o placar. No feminino, o jogo com as cubanas será quarta-feira.
No torneio, o que chama a atenção é a persistência e a vontade de jogar de duas peruanas de 35 anos: a levantadora Rosa Garcia e a atacante Natália Malaga. Elas fizeram parte da geração da canhota Cecília Tait e do paredão Gabriela Perez. Em parte da década de 70 e nos anos 80, elas torturaram o Brasil.
O certo é que o Peru tinha um grande time. Foi vice-campeão mundial em 82 e vice-campeão olímpico em 88 em uma das finais das eletrizantes do vôlei feminino contra a então URSS. Na década de 90, a história mudou. O Peru não conseguiu formar outras gerações tão talentosas e despencou no ranking. Tait, Gabriela Perez, Denise Fajardo já há algum tempo fazem parte daquele retrato pendurado na parede. Rosa e Natália continuam brigando contra o tempo. E fica a pergunta: como as duas, que viveram tantas glórias, têm conseguido permanecer nos últimos anos jogando em uma seleção tão frágil?

E-mail: cidasan@uol.com.br


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