|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
F-1
Com a vitória na Áustria, sua segunda no ano, o irlandês da Ferrari está a dois pontos do líder Hakkinen
McLaren erra e dá vitória a Irvine
FÁBIO SEIXAS
enviado especial a Zeltweg
A McLaren errou. Deu chance a
uma vitória do ferrarista Eddie Irvine. E o Mundial de Pilotos de F-1 voltou a ficar equilibrado.
Largando em terceiro, o irlandês da Ferrari venceu ontem o GP
da Áustria, em Zeltweg, e reduziu
de oito para dois pontos a vantagem do finlandês Mika Hakkinen
na liderança do campeonato.
O que parecia uma "zebra" até
ontem assume agora ares de certeza: Irvine pode ser o campeão
de 1999, encerrando o jejum ferrarista de 20 anos sem título.
E mais: se Michael Schumacher
voltar à F-1 ainda neste ano, pode
ter que trabalhar para que seu ex-escudeiro seja o campeão.
A virada no campeonato começou na primeira volta da corrida.
Com a McLaren dominando a
primeira fila do grid -Hakkinen
na pole e David Coulthard ao seu
lado-, a única saída de Irvine era
atacar desde o início.
Não precisou. Já na curva Remus, a segunda do circuito austríaco, Coulthard forçou uma ultrapassagem. Acabou tocando o
carro de Hakkinen, jogando o
companheiro de equipe para o
22º e último lugar da prova.
Na rodada do finlandês, o brasileiro Rubens Barrichello, que largara em quinto e já ocupava o
quarto posto, ultrapassou Irvine e
assumiu a segunda posição.
Coulthard, Barrichello e Irvine
mantiveram suas posições até o
início da rodada única de pit stops
-das 11 equipes, apenas a Sauber
optou por duas paradas-, na 38ª
das 71 voltas.
Aí, o irlandês tirou proveito de
sua nova condição de primeiro
piloto ferrarista. Usando uma tática normalmente reservada a
Schumacher, esperou que os adversários parassem.
Com os pits de Barrichello, na
38ª volta, e de Coulthard, no giro
seguinte, Irvine tornou-se o novo
líder da prova.
Aproveitou para apertar o ritmo por quatro voltas e abrir vantagem na pista, suficiente para ir
aos pits e voltar na liderança.
Nos boxes, a Ferrari foi mais rápida -o irlandês perdeu 26s545,
contra 28s174 de Coulthard.
Irvine manteve-se na ponta até
o fim da prova, vencendo seu segundo GP no ano. E na carreira.
Com o melhor carro do final de
semana, Hakkinen deu uma demonstração de perícia.
Um a um, superou todos que
estavam à sua frente, à exceção de
Irvine e Coulthard. Terminou a
prova em terceiro lugar.
Barrichello, com o motor estourado, abandonou a prova quando
era o quarto colocado.
Após a corrida, Irvine foi recebido como herói pelos mecânicos
da Ferrari. Foi carregado pelo
paddock de Zeltweg, enquanto
erguia o troféu pela vitória.
A empolgação do time contrastava com o ambiente tenso vivido
nos últimos dias, quando a vitória
da McLaren parecia iminente.
"Estou surpreso por ter vencido
Mika e David ", admitiu Irvine.
"Mas sabia que, com a estratégia
certa, faríamos o serviço."
Durante a premiação e as entrevistas coletivas, Hakkinen e Coulthard evitaram trocar olhares. O
finlandês disse apenas que "tudo
o que aconteceu na segunda curva
já não importa".
"Eu aceito os pedidos de desculpas do David. Vamos discutir isso
dentro da equipe", afirmou.
Coulthard, que mudou os rumos do Mundial ao forçar a ultrapassagem no companheiro, disse
que o GP foi um "pesadelo".
"Passei o tempo todo pensando
na batida. Peço desculpas pelo
que fiz ao Mika e à equipe."
Segundo piloto ferrarista até o
acidente que quebrou a perna direita de Schumacher, há 15 dias,
Irvine assumiu ontem o posto de
ameaça ao domínio da McLaren.
Mas, para chegar ao título, ainda terá que contar com novos erros da equipe inglesa nas sete provas que restam e com um melhor
desempenho de seu novo companheiro de equipe, Mika Salo.
Com o carro nº 3 do alemão, ele
foi o nono colocado ontem.
Texto Anterior: 0s01 impede medalha nos 400 m rasos Próximo Texto: Diniz admite negócio com a Benetton Índice
|