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FUTEBOL
Mesmo em férias, presidente da CBF divulga números da entidade, que teria sofrido prejuízo nos últimos anos
Teixeira se antecipa à Receita Federal
MÁRIO MAGALHÃES
da Sucursal do Rio
Apesar de estar oficialmente de
férias, o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, empenha-se em divulgar supostos gastos e prejuízos
que a entidade teria registrado nos
últimos anos.
Teixeira antecipa-se às investigações da Receita Federal sobre irregularidades nas negociações de
passes de jogadores e na administração de clubes e entidades.
A CBF, segundo o dirigente, gastou R$ 3.463.000 na Olimpíada-96,
amargando prejuízo no evento.
Teria pago R$ 50 mil de prêmio a
cada atleta campeão da Copa América-97, novamente gastando mais
do que arrecadando.
Desde 1995, a entidade teria despendido, só com as seleções de jovens e a feminina, R$ 5.885.000.
Com o programa de criação de
escolinhas de futebol no Rio, no
Piauí e em Minas Gerais, R$
1.997.000, em dois anos.
O campeonato organizado entre
times de adolescentes moradores
de favelas do Rio teria custado R$ 1
milhão.
"A Copa América normalmente
dá prejuízo. Não temos direito de
TV, mas não podemos deixar de
ir", afirmou Ricardo Teixeira.
Ele fez as declarações no fim da
noite de anteontem, no programa
"Debate Esportivo", da TV Educativa do Rio.
A divulgação de gastos e prejuízos foi um dos seus objetivos principais -ele tinha sobre sua mesa
uma folha com o detalhamento
das despesas, em vários itens.
Teixeira disse que a CBF tem prejuízo em quase todos os torneios
de que o Brasil participa.
O balanço da entidade, portanto,
se registrar lucro, deve ter superávit discreto, apesar do acordo com
a Nike, que prevê pelo menos US$
22 milhões anuais à CBF, além dos
contratos de patrocínio, como
com a Coca-Cola, e cachês por
amistosos.
"Impeachment"
O dirigente defendeu a manutenção do Fluminense e do Bragantino na primeira divisão do Campeonato Brasileiro, apesar do rebaixamento dos times em 96.
Teixeira mandou um entrevistador "ler o estatuto".
Para ele, o estatuto da CBF limita
em 24 os clubes participantes do
Conselho Técnico, não da primeira divisão. O Brasileiro conta com
26 equipes.
Não foi contestado, embora até o
presidente em exercício da CBF,
Nabi Abi Chedid, tenha interpretação diferente, como afirmou no
dia 19 de junho.
No artigo 37, está escrito que os
participantes da "divisão principal" integram o Conselho Técnico.
O artigo 39 afirma que se deve
obedecer o limite de 24 clubes
("entidades de prática de futebol") na divisão principal.
Teixeira disse que poderia ser
afastado da presidência da CBF pela Justiça esportiva se estivesse
desrespeitando o estatuto.
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