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Vamos fundir o Brasileiro com o Espanhol
MATINAS SUZUKI JR.
do Conselho Editorial
Meus amigos, meus inimigos,
a confusão no futebol brasileiro chegou a tal ponto que, na
semana passada, o melhor do
futebol pátrio estava jogando
na Espanha.
Quando não era a camisa de
alguns dos mais importantes
times brasileiros jogando por
lá, eram os maiores jogadores
brasileiros vestindo a camisa
dos times espanhóis.
Um pequeno detalhe: a série
de torneios relâmpagos disputados por lá faz parte da chamada pré-temporada espanhola, são torneios para o
aquecimento das equipes que
entram nesta semana no cada
vez mais competitivo campeonato da Liga Espanhola.
Já os times brasileiros que foram para lá o fizeram abandonando o, teoricamente, principal torneio nacional -criando uma confusão danada na
tabela, reforçando o desinteresse do desrespeitado consumidor de futebol.
(No final, para cumprir a tabela daqui, voltaremos àquele
esquema enlouquecedor de
termos jogos às segundas, terças, quartas, quintas, sextas,
sábados e domingos).
Olhando os times brasileiros
jogando pela Espanha e olhando aquele montão de jogadores brasileiros atuando por lá,
eu me pergunto: não seria melhor fundir os campeonatos
nacionais do dois países de
uma vez por todas?
Nós entramos com os jogadores, eles entram com o dinheiro
e a organização.
Assim, brasileiros e espanhóis teriam o melhor campeonato de todos os tempos.
Quanto mais eu vejo os estrangeiros jogando na Espanha, mais eu admiro o futebol
universal desse garoto espanhol Raul, do Real Madrid.
Infelizmente, tenho acompanhado irregularmente o time
do Inter, mas, pelo que vi, deu
para detectar uma jogada
mortal: a subida do lateral-direito Enciso, que arremessa
para a área com força e precisão (não consegui conferir se
foi dele o cruzamento para o
primeiro gol do Christian, no
domingo, mas se não foi ele,
foi alguém que adotou a sua
técnica nesse fundamento).
Outro jogador que anda se
destacando no Inter é o
meio-campista Fernando,
uma espécie de Caçapava mais
esguio e mais técnico. Uma pena que tenha sido expulso no
jogo contra o Grêmio.
Será que o Santos agora vai?
Tá na hora, némesmo?
Vejo na revista "New Yorker" que o futebol americano
começa a entrar em crise, apesar de ainda manter os recordes de audiência na televisão.
Seu público está envelhecendo, e os mais jovens ou vão para a NBA ou vão para o "soccer", o nosso futebol.
O artigo cita uma teoria de
Paul Gardner afirmando que o
predomínio do beisebol correspondeu a uma América ruralizada, o predomínio do futebol
americano correspondeu à divisão do trabalho industrial, e
ele imagina que o basquete
corresponde ao momento
atual, onde a criatividade e o
poder de iniciativa pessoal ditam as regras no mercado.
O mais curioso é o fato de a
supermachista NFL, na estratégia de rejuvenescer seu espírito, ter botado como principal
executiva uma mulher, Sara
Levinson, roubada da MTV.
Matinas Suzuki Jr. escreve às terças, quintas e
sábados
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