RODRIGO BUENO
da Reportagem Local

O técnico Zagallo vive hoje seu dia de maior pressão na Lusa.
A equipe, que não vence há quatro rodadas no Brasileiro, enfrenta às 17h o Atlético-MG no estádio Independência, que foi considerado inseguro pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol), devido a uma briga que envolveu jogadores, policiais e torcedores.
Após o empate em 1 a 1 com o Grêmio no fim-de-semana passado, Zagallo ficou com o cargo ameaçado. Seu auxiliar, Luiz Carlos Prima, teve o trabalho contestado pela diretoria e por pouco não acabou sendo demitido.
No início da semana, uma reunião com a diretoria garantiu a permanência do treinador. Mas, se o time sofrer novo insucesso hoje, a situação de Zagallo na Lusa volta a ficar delicada.
Precisando desesperadamente da vitória, o treinador criticou o TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) da CBF, que decidiu interditar o estádio Independência apenas a partir de amanhã.
""A CBF entendeu que houve problemas e interditou o Independência. Só que a interdição começa a valer apenas na segunda-feira. Não dá para entender. Se houve problemas, a interdição teria que começar a valer a partir de agora", disse o técnico.
O fato de ser pressionado e criticado, principalmente nas últimas partidas, pelos torcedores não assusta Zagallo.
""Nós estamos acostumados a jogar contra a torcida. Não tem problema", disse o técnico.
Sem muitas opções no elenco, ele mantém o time que vem atuando no campeonato.
Márcio Goiano (direita) e Marcelo Santos (esquerda) ocuparão as laterais -eles haviam saído no jogo contra o Grêmio.
No ataque, Leandro e Aílton seguem fazendo dupla. Zagallo cogitou escalar três atacantes, mas decidiu aproveitar Dimba apenas no segundo tempo.
O meia-atacante Aílton, que teve longa passagem pelo futebol mineiro, disse que o Atlético-MG seria um adversário muito difícil em qualquer estádio.
""Não há muita diferença entre enfrentar o Atlético-MG no Independência ou no Mineirão. Temos que entrar e vencer", afirmou o jogador.
A Lusa começa hoje uma sequência de jogos difíceis. E, para os atletas, tais partidas vão selar a sorte da equipe no torneio.
""Os três próximos jogos (enfrenta na sequência o Palmeiras e o Corinthians) serão decisivos para as nossas pretensões. Poderemos saber depois se temos chances ou não", disse o zagueiro Émerson.
Os jogadores já pensam na possibilidade de atuar no torneio paralelo que a CBF criou para os clubes que não se classificarem -os oito melhores times que não passarem à outra fase vão disputar uma vaga na Libertadores.
""A idéia de criar o torneio foi boa, pois clubes e jogadores não ficam parados", disse Émerson.
A Lusa nunca disputou a competição continental.
Até os jogos de ontem, o time ocupava apenas a 18ª posição no campeonato, mas tem poucas chances de ser rebaixado, devido à boa campanha em 98.


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