São Paulo, quarta-feira, 26 de setembro de 2001

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BASQUETE

Com raras contusões, Jordan jogou 93% de todas as partidas possíveis
Idade e lesões desafiam fama de "homem de ferro"

DA REPORTAGEM LOCAL

Costelas quebradas, tendinite no joelho e dores nas costas. Aos 38 anos, uma lista de problemas físicos vai desafiar, no seu novo retorno às quadras, a fama de "homem de ferro" que marcou a carreira de Michael Jordan.
Nas 13 temporadas que disputou com o Chicago Bulls, ele só teve uma contusão grave, no campeonato de 1985/1986, quando disputou só 18 das 82 partidas pelo time do Estado de Illinois.
Em toda sua carreira, Jordan atuou em 93% de todos os compromissos de sua equipe.
O ápice da forma física e da falta de lesões para o astro aconteceram principalmente depois dos 30 anos, quando a maioria esmagadora dos atletas começa a sentir o peso da idade. Quando encerrou sua primeira aposentadoria, em 1995, Jordan tinha 32 anos.
A partir desse momento e até 1998, quando novamente parou depois de conquistar seu sexto título na NBA, não ficou fora de nenhum dos 263 jogos que o Chicago Bulls disputou em temporadas regulares nesse período.
Agora, para jogar em um nível parecido com o do resto da carreira, Jordan fez um minucioso plano, atrapalhado apenas pelas contusões, principalmente as duas costelas quebradas em junho, o que o deixou fora das quadras e dos treinos por um mês.
O projeto da maior estrela da história do basquete de voltar às quadras pela segunda vez começou em meados do ano passado.
Inicialmente, Jordan começou a treinar para perder peso. Depois que parou de jogar, com a vida de cartola, muito golfe e charutos, ele engordou quase 14 kg.
Depois de alguns meses, transformou o que era apenas um "spa" em planos concretos de voltar a jogar profissionalmente.
Como primeiro passo, contratou o técnico Doug Collins, com quem trabalhou no início da carreira em Chicago, para treinar o Washington Wizards.
Na sequência, usou seu prestígio para treinar com alguns dos atuais astros da NBA, a fim de testar sua forma física e de saber se era capaz de jogar em alto nível.
No verão norte-americano, Jordan bateu bola com gente do gabarito de Penny Hardaway, do Phoenix Suns, Antoine Walker, do Boston Celtics, e Michael Finley, do Dallas Mavericks.
Foi em uma dessas práticas que Ron Artest, do Chicago Bulls, quebrou suas costelas.
O que impulsionou também a decisão positiva sobre voltar às quadras foi o retorno ao esporte de outro mito dos EUA.
Quando Mario Lemieux voltou ao hóquei sobre o gelo aos 35 anos, depois de mais de três anos de aposentadoria, Jordan ficou ainda mais empolgado com a ideia de jogar novamente na NBA.
Na reta final da sua preparação para novamente brilhar, o ex-astro do Chicago Bulls contará com uma vantagem em relação ao seu retorno anterior, seis anos atrás.
Em 1995, ele recomeçou sua carreira no final da temporada, sem uma preparação adequada. Sem um bom condicionamento e a tradicional camisa 23, teve performance modesta e viu seu Chicago ser eliminado pelo Orlando.
Agora, Jordan vai fazer toda a pré-temporada com o Washington. No próximo dia 2, ele vai estar com o resto do time na Carolina do Norte, Estado escolhido para abrigar os treinos da equipe.
Caso seja seu desejo e do treinador, já poderá estar em quadra no primeiro jogo preparatório do time, que está marcado para o dia 11, contra o Detroit Pistons.
A estréia oficial do Washington na temporada 2001/2002 acontece no próximo dia 30 de outubro, em Nova York, contra os Knicks, no Madison Square Garden.


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