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FUTEBOL
STJD escala comissão, defende quebra de sigilo bancário de juízes e antecipa que partidas suspeitas serão reeditadas
Tribunal verá VTs para definir anulações
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Luiz
Zveiter, anunciou ontem a criação de uma comissão especial formada pelo paraguaio Carlos Alarcón, integrante da comissão de arbitragem da Fifa, e por dois ex-juízes brasileiros para vasculharem os vídeos de pelo menos oito
partidas que Edilson Pereira de
Carvalho atuou no Brasileiro.
Carvalho foi preso anteontem
pela Polícia Federal acusado de favorecer times, em esquema que
envolve apostas pela internet.
Zveiter afirma que alguns jogos
podem ser anulados.
O escândalo irrompe em momento de euforia no Nacional -a
disputa pelo topo é acirrada, a
média de gols é a melhor dos torneios de pontos corridos e as bilheterias são ao menos 65% maiores do as registradas em 2004.
Integrada também por Edson
Resende e Valquir Pimentel, a comissão de especialistas em arbitragem vai auxiliar o grupo de auditores do STJD que investiga o
caso. A partir de hoje, três especialistas do tribunal -Marcos
Basílio, Luiz Lanfredi e Antônio
Gaspar- vão trabalhar com promotores do Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado e agentes da PF, que fazem a investigação na Justiça.
"Como o árbitro admitiu que
interferiu em oito partidas, vamos
trabalhar em cima destes jogos
para ver se ocorreu algum favorecimento indevido", disse Zveiter.
Carvalho atuou em 11 partidas
do Brasileiro. Segundo Zveiter, os
promotores do Gaeco informaram que não houve "contaminação de resultado" em três das 11
partidas que o árbitro trabalhou.
De acordo com o presidente do
STJD, a comissão de árbitros tem
diversas formas para caraterizar
pelo vídeo que Carvalho manipulou resultados. "Se ele deu falta
que não existiu, inverteu faltas, ficou amarrando o jogo no meio-campo, isto tudo dá para perceber
pelo vídeo. A partir daí, vamos
confrontar o depoimento dele e
suas atuações para fazer o inquérito na Justiça Desportiva", disse
Zveiter, que acredita que no máximo em três semanas o tribunal
deverá estar julgando os casos.
Embora tenha admitido que alguns jogos correm risco de ser
anulados no tapetão, o presidente
do STJD descartou a possibilidade do Brasileiro ser paralisado.
"Os derrotistas de plantão não
vão obter vantagem. Se há um
prejuízo de um lado, não vamos
tentar conseguir vantagem indevida do outro", disse Zveiter.
Ele afirmou ainda que vai pedir
para a Confederação Brasileira de
Futebol interpelar os árbitros citados nas investigações. O STJD
quer que a entidade convença os
juizes a autorizarem a quebra de
seus sigilos bancário e telefônico.
O presidente da CBF, Ricardo
Teixeira, se pronunciou ontem
pela primeira vez sobre o assunto.
"O Brasileiro não será paralisado. Esses fatos graves, serão apurados, para que possam vir à tona
todas as ilegalidades", declarou.
Anteontem, a CBF afastou Edilson Pereira de Carvalho e Paulo
José Danelon de seu quadro e
anunciou a criação de uma comissão para apurar as denúncias.
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