São Paulo, terça-feira, 26 de setembro de 2006

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segundona

Suécia despacha patota de Meligeni

Com homens de confiança do técnico, em vez dos melhores tenistas do Brasil no ranking, país sofre e fica na 2ª divisão

Robin Soderling ganha os dois jogos de simples e decreta a eliminação brasileira no duelo que ocorreu em Belo Horizonte


Eduardo Knapp/Folha Imagem
Guga, o capitão Meligeni, André Sá e Thiago Alves acompanham a derrota que impediu o Brasil de retornar à elite da Copa Davis

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A BELO HORIZONTE

Carrasco dos brasileiros anteontem, o sueco Robin Soderling terminou seu serviço ontem. Despachou Flávio Saretta por 3 a 0 (6/0, 6/3 e 7/6), manteve sua equipe na primeira divisão da Davis em 2007 e deixou o Brasil na segunda.
"A gente tentou tudo o que podia. Desde o começo da semana eu tinha dito que a gente ia dar o máximo, ia correr todos os riscos para voltar à elite. A gente deu o coração, mas não deu, paciência", lamentou o capitão brasileiro, Fernando Meligeni. "A Suécia mereceu. Eles foram mais felizes e competentes, temos que reconhecer."
Com a vitória da Suécia no quarto jogo, os capitães decidiram que não haveria necessidade de uma quinta partida.
Apesar de o resultado ter sido negativo em Belo Horizonte, Meligeni afirma que em nenhum momento se arrependeu de suas escolhas na hora de escalar a equipe -ele deixou de fora do time Thiago Alves, o número um do país, e Marcos Daniel, o número dois, para colocar em quadra seus "homens de confiança", que não atravessam um bom momento.
"Não faria nada diferente. Temos que levar em conta duas coisas: a primeira é que nosso adversário era de alto nível, e a segunda é que o melhor jogador nesta Davis foi o Saretta, de quem muita gente duvidava. Minha escolha foi bem-feita."
De fato, o Brasil teve um bom início e chegou a ficar na frente. No sábado, Saretta bateu Andreas Vinciguerra em jogo emocionante, de mais de quatro horas. Anteontem, porém, os suecos inverteram a vantagem: ganharam em duplas e simples, com um massacre de Soderling sobre Ricardo Mello -6/0, 6/1 e 6/4, em 1h31min.
Ontem o sueco entrou novamente arrasador em quadra e, pelo que mostrou nos dois primeiros sets, parecia que iria repetir com Saretta o que havia feito com Mello no dia anterior
No terceiro set, após demonstrar muita irritação em quadra, o brasileiro finalmente entrou no jogo e conseguiu levá-lo ao tie-break, mas não resistiu ao forte saque do sueco, que atualmente é o 34º colocado no ranking mundial.
"O Soderling estava inspirado. Não só hoje [ontem], mas foi um final de semana em que tudo deu certo para ele. Não tinha o que fazer", disse Saretta. "Tentei acreditar que podia ganhar o tempo inteiro, rezei para ele errar umas bolas. Não deu."
A atuação do grandalhão sueco, de 22 anos e 1,90 m, surpreendeu a equipe brasileira. "Ele estava jogando no nível de um top ten", elogiou Meligeni.
Dono de dois títulos de torneios da ATP (Lyon em 2004 e Milão em 2005), Soderling não chegou a nenhuma final neste ano -ele tenta voltar ao circuito após um ano difícil, em que passou por algumas cirurgias no joelho. "Estes jogos foram muito importantes para mim, me deram confiança para eu seguir em frente. Mina meta é estar entre os top 20 agora."
Sobre seu saque potente, que ontem chegou a 233 km/h -o recorde do circuito é do americano Andy Roddick, a 246,2 km/h-, foi modesto. "Sempre saquei bem. Tenho altura."


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