São Paulo, domingo, 26 de setembro de 2010

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JUCA KFOURI

Não aos extremos


Curioso como a fúria punitiva de alguns não se transfere na hora de votar em "fichas-sujas"

MANO MENEZES ficou bem com a categoria dos técnicos de futebol e puniu, além de Neymar, a excelência do futebol da seleção brasileira.
Em vez de convocá-lo e ter uma conversa de pai para filho com o jovem mal-educado e sem noção, Mano preferiu ficar solidário com Dorival Jr. num rigor que, levado às últimas consequências, o impediria de trabalhar para a CBF, tantos os deslizes comprovados de seu comando até em CPIs.
Mas é verdade que não são poucos os que estão de acordo com o treinador, desde torcedores, invariavelmente não santistas, a até mesmo profissionais respeitáveis da psicologia esportiva, como a doutora Kátia Rubio, para quem a convocação do garoto poderia ser entendida como impunidade.
Quem já teve a delicada tarefa de educar adolescentes sabe como certas situações são delicadas, e o artigo, nesta Folha, de Rosely Sayão, cuja opinião é mais próxima da deste colunista, pai de três ex- -adolescentes e ainda de um jovem com 19 anos, parece bem mais razoável, ao propor medidas menos drásticas e mais didáticas. Ir aos extremos no caso, oito ou 80, não parece ser a melhor política, embora haja controvérsias.
Ainda mais com a atitude de deixar implícito um castigo público, quando, provavelmente, uma conversa olho no olho seria mais produtiva e mais leal.
Seja como for, chama a atenção como tantos exigem punir um moleque que foi petulante e desrespeitoso, mas que não cometeu nenhum crime. Muitos que, no dia 3, votarão em candidatos de larga folha de maus serviços prestados ao país.
Que Neymar não seja transformado no que não é, ou ainda não é, num "bad boy". E que Mano Menezes não precise um dia recorrer a ele, como a dupla Parreira/Zagallo teve de fazer com Romário para ir à Copa do Mundo de 1994. Na janelinha...

COMUNICANDO
Desde que o Prêmio Comunique-se foi instituído para premiar jornalistas, por meio dos votos de jornalistas e de estudantes de jornalismo, a ausência de Tostão entre os finalistas incomodava quem gosta de bom jornalismo e repudia corporativismos.
A única explicação era o fato de ele não ter formação jornalística. Eis que, neste ano, o preconceito foi vencido, e Tostão ganhou o prêmio ao qual sempre fez jus. Demonstração de progresso dos eleitores e que homenageia muito mais o próprio galardão do que propriamente o colunista que, definitivamente, há anos é premiado por quem mais importa, seus leitores, entre os quais este escriba.

blogdojuca@uol.com.br


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